A última Duplicata

Capítulo 45 - Oque ela fez?

Quando eu era pequena, minha mãe me ensinou a diferença entre o herói e o vilão. O bem e o mal. O salvador e uma causa perdida. Mas já parou pra pensar, que o problema pode ser quem está contando a história? A questão era que: Elijah e Klaus não eram os vilões da minha história, eles eram a salvação dela.

- Desde minha infância fui imbuído de esperanças falsas e de uma ambição altruística; mas como decaí! - Marcel estava derrotado.

- Aceite que perdeu - Falei com ódio nos olhos.

Marcel se rende aos irmãos. Isso tudo pra que? Pra perder no final? Ou só para disputar quem era o verdadeiro macho alfa, e já sabíamos quem era a muito tempo. Mas eu tinha mais coisas com que se preocupar;

Estava com muita dor de cabeça e descansando em meu quarto. Aquele momento ia acontecer, eu sabia disso. As vezes, parecia que toda raiva que eu sentia, queria se transformar em desculpas.

- Estava demorando... - Falei ao sentir a presença dele chegando. Ainda assim, lembrar daquilo fazia seu coração doer. Amigos verdadeiros eram raros.

- É preciso que ouça minha história - Ele tentava se justificar. As palavras eram tão amargas na língua quanto no coração. O pensamento frio e doloroso fazia seus olhos arderem com um sofrimento sem fim.

- Eu já te vi matar antes Klaus, nada que vem de você me surpreende mais - Mas eu estava cansada, de sentir raiva. Apenas desliguei tudo isso de minha vida.

- Acontece que eu mudei - continuou - Eu mostrei bondade. Perdão. Piedade. Por causa de você Anna, foi tudo por você. - Ele exclama agitado.

- E na primeira oportunidade você tira tudo isso de mim - Respondi rigidamente. — E se a pessoa com quem você está destinado a ficar nunca pudesse ser sua? — ...

- Nada do que você sentir por mim, vai mudar meu afeto por você - ele complementa. O mesmo tenta chegar perto de mim mas não consegue.

- Eu me pego tentando mentir pra mim mesma... Tentando achar justificativas para suas atitudes monstruosas, mas parte de mim, a que te amou, que confiou na sua redenção... essa parte morreu... - Ele permanece calado com os olhos lacrimejantes.

-Talvez você pense que eu não a amo, por causa do que fiz, mas eu... - Lagrimas escorrem pelo seu rosto sem que ele concluísse oque falaria.

- Oque quer que tenha feito, vai desejar nunca ter olhado pra mim. - Eu nunca tinha sido tão dura assim com ele. Mas eu tinha mudado, essa era a verdade. - Agora saia por favor. - Fiz gestos para que ele saísse.

- Eu deixarei você sozinha se é oque você quer. Mas sabe porque? Porque eu me importo mais com seus sentimento do que com os meus. - Ele fala suas ultimas palavras e assim foi feito, ele sai velozmente com sua velocidade sobrenatural. Fazer aquilo foi difícil para mim, mas ao mesmo tempo, me senti liberta.

— Dessa vez ela o fez recuar. Estava envergonhado. Dava para ver em seus olhos. Ele é toxico, oque eles tem é toxico. Dizem que quando você encontra o amor verdadeiro, o tempo para. O amor é paixão. Obsessão. Alguém que você não pode viver sem.

Klaus sai de meu quarto e coloca um copo de uísque com seu irmão Kol.

- Oque houve entre vocês agora? - Seu irmão pergunta dando um gole.

- Nada, ela está mais forte, é oque importa. - As pessoas raramente diziam o que pensavam, ou revelavam como se sentiam. Ninguém era honesto. Receio, que este seja o meu destino...

- Está tudo bem? - Elijah chega ao local e percebe a tristeza de seu irmão. "Claro", ele murmura friamente. Vi tantas vezes ele ser privado do amor de nossa mãe que sabia que não demonstrava carinho. Não era culpa dele, e apenas eu, entendia isso. Ele sabia todos os meus segredos e eu sabia os dele.

Não há tarefa mais difícil que compreender nós mesmos. Elijah chega ao meu quarto; a expressão séria se derreteu em um sorriso quando ele me viu.

- Acho que acabei de me apaixonar por você de novo. - Falei e o mesmo soltou um sorriso tímido. - Eu faria tudo de novo, sabia? Não mudaria nem um segundo da nossa história se significasse que estaríamos aqui, agora, nesse momento. - Continuei enquanto ele pega em meu rosto acariciando-o. Agora eu tinha a real certeza que ele era a pessoa certa pra mim. No momento em que nos conhecemos, algo dentro de nós dois mudou e, o que quer que tenha sido, fez com que de fato precisássemos sempre um do outro.

- Posso te pedir uma coisa? - Ele indaga olhando seriamente nos meus olhos, assenti para que ele falasse - Não odeie o Niklaus - Ele me pediu com tanto carinho, que isso me fez sentir um alivio. "Eu não o odeio", respondi com peso nas palavras.

— E eu teria ouvido e beijado cada lagrima que caia de seu rosto. Ele me amou e eu o amei intensamente.

Mais tarde... sozinha em meu quarto presa em meus pensamentos, tem umas coisas acontecendo que eu não consigo explicar. Até que um barulho me fez despertar me fazendo ficar estremecida;

- Quem está ai? - Falei enquanto andava pelo quarto procurando de onde vinha o barulho. De inicio, pensei que seria Klaus, mas não era.

Eu tinha acabado de cair no chão depois de vê-la em minha sombra. Era indescritível oque eu sentia. Oque quer que ela tenha feito, isso tinha entrado dentro das minhas entranhas até meu coração.