Capítulo 74- Triangulo amoroso.

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Chega a parte que você não consegue aceitar, mas também não tem como evitar. Eu precisava vê-la, e conversar com ela. O ruim é que não consigo mais ficar aqui, sem se lembrar de como éramos.

Ela estava em seu quarto sofrendo seu luto. Ela era boa em muitas coisas, mas era péssima em ser vampira.

O sorriso em seus lábios rosados surgiu ao me ver na porta, eu quase podia acreditar que ela ainda estava apaixonada por mim. Como é que ela sabe exatamente o quanto deve expor e o quanto deve dissimular?

- Me comportei tão mal e ainda assim você continua aqui. - Ela fala com o jeito doce, e a tristeza em sua fala.

- Prometi que sempre iria te proteger, você se lembra? - Respondo adentrando seu quarto. O amor da minha vida estava à minha espera, e eu ia conquistá-la de volta.

Eu fico sem jeito, as lembranças invadem a minha memória, lembrando do nosso passado junto, e todos os momentos vividos. Às vezes esqueço que eu também posso ser vulnerável. Mas, ele me fez enxergar a mim mesma de tal modo que um menino da minha idade jamais teria conseguido.

Eu não sabia o que pensar, o que fazer, o que falar. Parte de mim deseja beijar cada parte de seu corpo, eu ainda o amava, sem dúvidas. Mas a outra parte, me faz lembrar o Klaus, e aonde eu fui me enfiar nesse triangulo amoroso de irmãos. Acho que isso era a maldição de uma duplicata.

As desculpas que inventamos para os outros são absurdas, mas não são nada em comparação com as que criamos para nós mesmos.

Ele nunca foi tão simples; nem eu.

- Então... me desculpa pelas coisas que eu fiz você passar. - Falei para ele como uma rendição pelos meus atos inaceitáveis. - Anna... - Ele coloca o dedo em meus lábios para que eu ficasse em silencio. - Nós dois sabemos que você ainda sonha comigo, de qualquer forma. E eu sonho com você. Só não sonhamos juntos. — Ele me amava tanto que às vezes, depois que eu saía de sua presença, sentava-se na cadeira e encostava a cabeça na mesa para tentar respirar o que restava de mim.

A maioria das pessoas apenas diz a primeira parte. Mas é a segunda que é a real fascinação. Como é possível que, depois de tanto tempo, com só um toque, a sensação de calor tenha se espalhado pelo meu cotovelo e para o meu peito?

Ele coloca meu cabelo atrás da orelha, e eu podia sentir sua respiração ofegante, e ouvir seu coração acelerado. — Estamos apenas buscando respostas sobre o que houve conosco, e por que sonhamos da maneira que sonhamos: um com o outro.

Nossas mãos se entrelaçam como da última vez que dançamos em um baile. Era como se tocasse uma música de fundo bem romântica, e seus olhos hipnotizavam os meus como se esse momento fosse eternizado por lembranças de fogo e paixão. — Eu sou o seu desejo mais profundo.

- Elijah... - Fecho meus olhos saindo de sua hipnose, eu precisava contar o que eu tinha feito, isso me doía, mentir para ele me doía, acho que talvez eu viva mais numa bolha do que imaginei. — Com certeza eu estraguei o clima, mas não podia viver com esse segredo.

- Você mudou. Alguma coisa está diferente. - Ele me analisa de cima embaixo ainda perto de meu rosto, ele sabia que eu queria confessar algo, ele era a pessoa mais esperta que eu conhecia. O medo de sua reação tomou conta de meu corpo, fiquei desconsertada com o que ele havia percebido.

- Você não foi o único que mudou, Elijah. - É difícil respirar quando ele está perto de mim, mas também é difícil respirar quando ele não está - Todos nós precisamos mudar. — Às vezes as coisas não são como queremos que sejam.

Ficamos em silencio alguns segundos e a tensão fica mais forte;

- Preciso te contar uma coisa. - Falei me afastando de seu corpo. Criando uma barreira perceptiva. Ele ouvia aflito e inquieto. - E não é porque eu estou me fazendo de vitima por isso ter acontecido. É porque eu sinto um culpa que você não sabe. — Às vezes você pode ser uma tremenda cretina. - Eu transei com o Klaus.

Um silencio ensurdecedor tomou conta do espaço e parece que tudo ficou preto e branco. Seus olhos ficaram vagos, e sua boca sem expressão, sem resposta. Elijah sai do quarto me deixando completamente sozinha e devastada. Não conseguiria nem imaginar sua atitude agora.

Elijah foi até a sala de estar onde todos estavam, enfurecido, como eu jamais tinha visto ele. Todos o olharam chegando violento. Klaus supostamente já sabia do que se tratava, e se colocou na defesa para qualquer ataque de seu irmão.

- Você pode amar, a Anna quanto quiser. - Ele fica cara a cara com o hibrido que estava nervoso também - É até bom que você a proteja. - Todos olhavam sem entender, mas sabia que coisa boa não ia sair dali - Mas eu tenho a única coisa que voce NUNCA vai ter! - Klaus semicerra seus olhos e aperta o maxilar com odio - O respeito dela.

- Eu não preciso do respeito dela, eu já a tenho.

Klaus o empurra e o mesmo o prende contra a parede brutal

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Klaus o empurra e o mesmo o prende contra a parede brutal. Ao ouvir barulho de coisas quebrando, desço rapidamente e os encontro naquela cena bárbara de agressão.

- Parem os dois. - Grito com eles fazendo com que os mesmos e todos me olhassem. Nem todo erro merece uma consequência. Às vezes a única coisa que ele merece é o perdão. Nossos atos só reforçam esses sentimentos.

Kol e Rebekah separaram os irmãos que se odiavam nesse momento. Talvez essa seja a origem de muitos problemas dessa família. Não são os problemas com que as pessoas ficam obcecadas por tanto tempo. É que ninguém tem a coragem de dar o primeiro passo para falar desses "problemas".

Todos nós estamos fodidos, em um ou outro grau.

A última DuplicataOnde histórias criam vida. Descubra agora