Capítulo 60 - Algumas coisas mudaram.

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— A verdade faz menos sentido do que a mentira, e eu nem sei com qual devo lidar.

Klaus me deixava eufórica, era como se a única coisa que me prendesse agora, era a gravidade do tempo. Eu sou assim, e não me encaixo em nenhuma categoria, além da que criei para mim mesma.

Klaus era um monstro... ele fez coisas horríveis para mim e para meus amigos, eu o odiei por um pequeno momento..., mas... ele é a única pessoa que consegue me entender.

- Sinto que magoei tanto você. Não entendo como você ainda pode me amar. - Ele argumenta com um pequeno peso na consciência. Era visível que ele se importava com o irmão.

Permaneci calada com um silencio ensurdecedor;

- Eu sei que a gente tem problemas, tá? Sou impulsivo, esquentado e você me faz perder a cabeça como ninguém. Num minuto você age como se me odiasse, e no seguinte como se precisasse de mim... - Ele para um segundo de respirar - Não consigo pensar em um único cara que seja bom o bastante para você. — Ela é como a luz, involuntariamente iluminando os cantos mais sombrios da alma de um monstro.

- O amor não deveria fazer isso. Você me deixa maluca! - Respondi andando para lá e para cá, deixando a tensão do momento tomar conta.

- Você que está me deixando maluco agora. E eu acho que isso é exatamente o que o amor faz. - Ele responde furiosamente.

Aquele lugar sangrava história e tragédia e, em comparação a ele, minhas feridas pareciam apenas arranhões. Aventuras não acontecem se você estiver procurando com o futuro ou apegado ao passado. Elas só existem no presente. E elas sempre, sempre, surgem na hora mais inesperada e da forma mais improvável.

- O que está acontecendo? - Elijah chega ao recinto. No fundo ele sabia o que acontecia, só não queria acreditar. Não se pode fugir de quem se é... não para sempre. E ele sabia que essa hora chegaria.

Nós dois o olhamos com aflição. Acho que a vida de todo mundo é controlada por uma série de acontecimentos e cabe às pessoas escolherem o que querem;

- Nada... - respondo colocando uma mecha atrás da orelha - Eu e Klaus só estávamos...

- Conversando. - Ele me interrompe. Todo mundo quer uma coisa do outro.

Elijah não acreditou em nada que falamos. Eu preciso endireitar minha vida o suficiente.

De uma coisa eu tinha certeza: Existem pessoas que você encontra e passa a conhecer, e existem pessoas que você encontra, mas já as conhece. Como se fosse em outra vida.

Elijah sumiu de nossas vistas, e eu precisava encontrá-lo. Odiava o que eu tinha me tornado, ou a bagunça que eu tinha feito.

- Viu o Elijah? - Pergunto a Rebekah que conversava com uns amigos.

- Não. Aconteceu algo? - Ela se preocupa e eu continuo procurando.

Encontrei ele em uma das salas de vazias com o seu whisky em sua mão. E ele já me esperava. Não tem nada de errado em ser quem a gente é de verdade. Não sou perfeita. A não ser que isso quebre o coração de outra pessoa.

- Foi uma bela desculpa. - Ele argumenta. Por fora parecia tranquilo, mas por dentro, estava como uma fera.

- Eu não menti. - Retruco ele com cautela.

- Você matou sua duplicata... ficou forte... Você e Klaus estão mais próximos que nunca, vejo que conseguiu tudo que queria. - As palavras dele me feriam na medida que ia saindo.

Abaixei a cabeça para ele em silencio;

- Com o interesse em manter essa paz, decidi me juntar com Marcel em uma cidade distante. Acho que com um original, poderíamos fazer de lá nossa casa também. - Ele ia saindo do local até que eu chamo por sua atenção de novo.

- Elijah a gente precisa falar sobre isso. Por favor.

- Falar de que? De que jeito mais quer arrancar meu coração do peito?

- Me desculpa!

- Pelo o que eu vi ou pelo o que eu sempre soube?

- Eu lamento por tudo! Eu lamento mesmo, Elijah. Eu não queria magoar você, eu nunca quis.

- Você é a pessoa mais forte que eu conheço. Não precisa mais de ninguém. - Ouvir aquelas palavras era como uma lamina em brasa na minha garganta.

- Quem eu sou. E o que eu quero...

- Ou... quem você quer? - Ele me questiona sistemático.

— Ela estava ainda mais irresistível do que eu me lembrava e eu me lembrava muito bem. Ela surgia na minha mente quase todos os dias.

- Algumas coisas mudaram. - Eu estava odiando esse parlatório - Entre eu e o Klaus. - Podia ser estupidez da minha parte, mas eu tinha me apaixonado. As palavras custavam sair, e saiam com bastante dificuldade.

- Seus sentimentos pelo meu irmão, foram ampliados. - E doía, dava pra ver o quanto doía ele dialogar sobre isso. - Você está apaixonado por ele, é isso Anna. E não por mim. 

- Você quer que eu volte a me apaixonar por você? Como faço isso se eu nunca deixei de te amar? - Respondi covardemente. Eu não era forte, não agora, não nesse momento.

Quando a realidade se estabelece e as coisas ficam difíceis, o amor desaparece e você fica sem nada. Quando ele sofre, eu sofro. Não há como explicar para vocês como me sinto.

A última DuplicataOnde histórias criam vida. Descubra agora