Capítulo 12

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Alana

Parece que essa semana passou voando. Estou morando com meu Paul no apartamento dele, e ele fez o máximo possível pra me deixar confortável, me dando aval pra alterar oque eu quisesse, fazendo com que o espaço seja nosso, ao invés de somente dele. Graças a Deus não estou mais trabalhando para Martin. Consegui um emprego em uma loja de roupas daqui como recepcionista, oque me deixou feliz pra caralho. Louise é gente boa. Ela é a dona da loja, e eu avisei desde já na entrevista de emprego de que estava grávida, com receio de que ela fosse me rejeitar por esse fato, mas ela é super de boa, me parabenizou e disse que isso não influenciaria em nada caso eu fosse contratada.
Cara, pensa no desânimo que bateu quando ela disse "caso". Mas não é que a mulher ligou mesmo?
Uma coisa que achei ótima, é que meu horário de trabalho é de manhã, porque assim, depois que eu sair eu posso aproveitar o resto do dia livre. Amei ter encontrado um emprego logo.

Meu namorado é bilionário, eu não.

Nesse tempinho que estou morando com Paul, e visitando meu avô, percebi uma coisa da qual não tenho mais dúvidas: Charm definitivamente está apaixonada por meu avô. Eu ainda estava pensando em encontrar alguém pra cuidar do meu avô, não querendo deixar ele com qualquer pessoa, quando a ideia da qual eu estava fugindo veio com força total em meus pensamentos. Óbvio, eu tinha pensado em pedir pra Charmaine vir morar em casa com meu avô pra cuidar dele, e essa foi minha primeira opção já que eu sempre via o quão disposta ela ficava quando tinha que dormir aqui, mas a vida real não é tão simples assim.

Acho que ficaria feio, sabe. Tipo, eu chego e pergunto a ela se ela aceitaria morar pra sempre com meu avô? Seria muito sem noção se eu fizesse essa pergunta a ela. Até porque, a mulher também tem uma vida né? Não podia arrastar ela pra viver cuidando dele. Achei esse pensamento bastante egoísta da minha parte.
Mas no final, não aguentei mesmo. Estava sem saber ao certo como dizer ao meu avô que estava me mudando pra outro estado, sendo que pra ele eu sou sua nora e naquela época que vovô se lembra, minha mãe não estava trabalhando. Ele ia estranhar, me perguntando onde eu consegui o dinheiro pra essa façanha enorme. Por isso em um momento de pequeno desespero, deixei minha boca dizer oque passava por minha mente, expliquei a Charm oque estava acontecendo, e perguntei se ela não poderia vir morar com meu avô, tipo permanentemente.
Eu poderia jurar que o brilho de seus olhos quase me deixou cega.

Charm aceitou prontamente, e me ajudou no que eu diria ao meu avô. Resumindo, eu já não aguentava mais viver essa situação com seu filho ── meu pai, e em um momento de carência acabei me envolvendo com Paul ── que pra vovô era apenas um amigo da minha mãe. Contei a ele que estou grávida mesmo, até porque daqui a um tempo não vai dar pra esconder, e que Paul quer algo sério comigo, e me chamou pra morar com ele lá. Ele apenas suspirou e disse que seu filho era um grande idiota, que infelizmente não mudaria, e que eu fiz bem em querer seguir com a minha vida. Ainda quis dormir na minha antiga casa uma última vez. Estava sendo difícil pra mim essa mudança, não ver vovô todos dias.

Mas eu sei que essa é a vida, e uma hora ou outra eu teria que abrir minhas asas e voar. Só que não queria e não suportaria deixar vovô sozinho quando eu levantasse voo.
Felizmente ele tem Charm, e eu tenho a impressão de que ela não suportará deixá-lo sozinho nunca mais.

Neste momento, eu, Belle e Chelsea estamos em uma sala de cinema, e eu não duvido que sejamos expulsas daqui a um tempinho.

── Para não cara, continua andando. ── Belle diz, fazendo mais olhares furiosos se virarem para nós. Estamos assistindo ao filme It: 2, o daquele palhaço assustador, e a mulher simplesmente não quer parar de falar.

── Puta que pariu mano, não vai lá não! ── Belle grita, oque rende mais "shhh's" em nossa direção. Ao meu lado, Chelsea se encolhe em seu assento.

A queda do Imperador | Duologia: Submundo | Vol. 1 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora