A queda do Imperador | Duologia: Submundo | Vol. 1 | +18

Capítulo 37

Maurizio

Fumaça sai por entre meus lábios, conforme prendo minha atenção no papel entre meus dedos que tenho observado friamente por vários minutos.
Volte para casa. Cada maldita palavra me faz cerrar a mandíbula até ao ponto de quase quebrá-la.

Há dois dias o restaurante onde Alana estava foi alvo de um tiroteio. No entanto, o intrigante é que os tiros foram direcionados somente na direção onde ela e Chelsea Walker estavam sentadas. Outra coisa intrigante e que me deixou fodidamente furioso, foi o envelope entregue junto com a merda de um dedo em estado de decomposição de brinde para a minha esposa.

Minutos depois de ela ter partido para o restaurante, eu podia senti-la perturbada e um dos corações que batem dentro dela tinha um ritmo mais acelerado que o normal. Ao ligar para os soldados encarregados de protegê-la e não obtendo respostas, eu tive a certeza de que algo estava seriamente errado.

David Affleck, 54 anos, nacionalidade americana e sem alguma passagem pela polícia é o dono do restaurante. Ele e sua esposa estão desaparecidos, deixando o comando do estabelecimento convenientemente nas mãos de seu filho mais velho, Scott Affleck. O paradeiro de sua filha de 22 anos também é incerto. Há quase duas semanas ela não vai à faculdade e seus pais denunciaram o seu desaparecimento à polícia, mas estranhamente essa denúncia foi retirada horas depois.

Outra coisa estranha pra caralho é o facto de que quando cheguei com meus soldados, não havia ninguém no restaurante além de Alana, Chelsea Walker, e Derrick Phillips que quase teve seu corpo coberto por balas depois que eu o vi com seus fodidos dedos ao redor do braço da minha esposa.

Era de se esperar que em uma situação de tiroteio os policiais estivessem cercando a área e fazendo todos os procedimentos de merda que são frequentes nesses casos, e no entanto, não houve um fodido policial sequer. 

Foi um ataque premeditado e meticulosamente planejado. Quem quer que seja o mandante por trás desse ataque, sabia que Alana estaria nesse restaurante a essa hora.

Tenho algumas suspeitas, suspeitas que fazem o monstro dentro de mim se contorcer, implorando para que eu o solte e o deixe satisfazer a sua sede por sangue através de minhas mãos.

No entanto, possuo muitos inimigos, milhares se me aprofundar muito mais nesse assunto, então não tenho a porra de um alvo específico o qual possa planejar quão lento irei torturá-lo, dando-lhe a morte mais lenta e dolorosa possível por ter ameaçado a vida da minha esposa. O que sei com toda a certeza é que ela está correndo risco de vida, e não colocará mais um pé sequer fora de casa por tempo indeterminado.

Três batidas soam na porta, tirando brevemente minha atenção das palavras escritas com sangue humano e que não fazem nenhuma merda de sentido aparente. Vejo quem é através das imagens da câmera em cima do batente da porta e guardo o papel em minha gaveta, ordenando que ele entre.

Webster fecha a porta atrás de si, seu corpo demontrando uma enorme tensão enquanto caminha em direção à cadeira em frente a mesa de madeira.

── Achou o que eu mandei? ── Pergunto, sem paciência para rodeios, assim que ele se acomoda.

Webster pressiona seus lábios em uma linha fina. ── Infelizmente não foi possível. ── Suspira. ── Parece que a mulher sumiu do mundo, é como se tivesse evaporado. ── Ele franze o cenho no final, suas feições demonstrando confusão.

Me recosto em minha poltrona de couro, e o mesmo desejo assassino sempre que ouço de sua boca as mesmas fodidas palavras indesejadas somente ditas por ele de outra maneira, toma conta de mim. Webster deve notar porque engole em seco, desviando o olhar.