A queda do Imperador | Duologia: Submundo | Vol. 1 | +18

Capítulo 34

Maurizio

Ouço um pigarrear, mas não me preocupo em tirar minha atenção da arma que manuseio entre meus meus dedos. Antenore se mexe desconfortável em sua cadeira, sua mão deixando a pasta de documentos por um momento para afrouxar gravata em torno de seu pescoço que parece estar o apertando mais do que o normal agora.

Decido levantar a cabeça, e olhar para a patética desculpa de homem. Nervoso, suas mãos tremem e ele aperta tão forte a pasta de documentos que os nós de seus dedos estão brancos. Ele sabe que se não me der as notícias que quero ouvir, não sairá daqui vivo.

── Senhor Caccioli, ── Pigarreia novamente, se mexendo desconfortável contra a cadeira. ── Infelizmente, não será possivel tomar o controle da empresa. Dias antes de sua morte, Paul Phillips havia passado todas as suas ações para o irmão. Com morte dele, Derrick Phillips se tornou o presidente da empresa, sendo também o sócio maioritario da mesma. A empresa estava a beira da falência, mas ele a está injetando capital, conseguindo novos patrocinadores e acordos, e temo que ele não queira vender suas ações por nada.

Não respondo, apenas continuo o observando minuciosamente.

Martino Antenore era um dos muitos advogados da famiglia. Em vários assuntos relacionados a lei e a prisão de um dos membros da máfia, ele resolvia, calando a boca de policiais e familiares de vítimas, evitando que ocorresse uma tragedia ainda maior em suas famílias, com a morte de mais um membro devido a fixação tola que têm suas mentes por "sede de justiça".

Uma fodida rebelião que apenas resultará em corpos mortos foi iniciada contra mim. Ao que parece, o detetive que contratei para investigar sobre toda a família Phillips teve um lapso, e esqueceu de colocar no dossiê algumas informações particularmente importantes. Ao contrário da informação que me foi concedida, Paul Phillips não tem apenas Alexa Phillips como irmã, como também um irmão gêmeo do caralho que está tentando atrapalhar a porra dos meus planos.

Percebendo que está prestes a morrer, Antenore se levanta da cadeira bruscamente, fazendo a mesma cair no chão. Seus olhos estão arregalados, e ele balança a cabeça em negação várias vezes.

Ele ergue suas mãos ao alto como se tentando me apaziguar. Suas palavras são rápidas e desesperadas: ── Senhor, por favor não faça isso, eu juro que ten...

O corto, disparando um tiro certeiro no meio de sua testa, observando com satisfação seu corpo caindo no chão. Caminho em direção a ele, disparando mais quatro vezes.

Cerro minha mandíbula, quase quebrando meus dentes de tanta força que estou apertando.

Derrick Phillips está entrando em um campo perigoso. Um campo em que ele definitivamente não deveria colocar seus fodidos pés. Mas vou fazê-lo aprender da maneira mais difícil que jamais deveria ter entrado em meu caminho.

Passo ao redor da poça de sangue, e ordeno propositadamente ao soldado que está na porta que arrume essa bagunça. Em meu escritório no cassino, não tenho documentos importantes guardados nas gavetas. Na verdade, não guardo lá documento algum. Seria estúpido e muito arriscado. No entanto, verei pelas câmeras se ele será suicida e tentará me apunhalar pelas costas, bisbilhotando aonde não deve.

Quanto menos traidores existirem no mundo, melhor. Saio do cassino e entro no carro, seguindo em direção ao calabouço me encontrar com um deles.

Passo pelo soldado guardando a porta de metal, e entro. No ambiente sombrio, o som de pequenas gotas de água caindo da torneira se mistura as respirações pesadas de GianLuca. Caminho lentamente até ele, minhas mãos nos bolsos de minha calça. Ele ergue sua cabeça ao ouvir meus passos.