Capítulo 15

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Maurizio

── Maurizio Caccioli.

── O empresário, Maurizio Caccioli? É dele que você está falando?

── Sim senhor, ele mesmo.

── Você tem noção de que essa é uma acusação bastante grave a se fazer, não é?

── Sim, eu tenho noção disso. Mas não posso continuar vivendo com esse fardo pesando em minhas costas. E vocês disseram que iam me proteger, certo?

── Sem sombra de dúvidas, filho. Fique a vontade para falar tudo oque quiser, que não vamos pressionar você. Pode ter certeza de que está seguro aqui.

Sorrio enquanto desligo o audio em meu celular, e olho para o rosto assustado do garoto que foi estúpido o suficiente pra fazer a merda de tentar me denunciar para os federais.
Os jovens de hoje... Essa fixação e vício deles por tecnologia, está os  transformando em um bando de debiloides sem cérebro algum, a ponto de tomarem decisões tolas, que terminam com eles visitando o inferno mais cedo do que o planejado.
E dizem que eles são o futuro da nação.

Ainda não fiz nada ao garoto. Gosto de ver o terror em seus olhos, o desespero por ter sido pego fazendo oque não devia, o pavor por não saber oque vai acontecer a seguir com ele, oque farei com ele.
Seus braços estão amarrados atrás da cadeira com uma grossa corda, assim como seus pés.
Tirando as contusões em seus braços e pernas devido a quão apertadas estão as cordas em torno dele, ele ainda está intacto. Por enquanto.

Bosco Conti, 18 anos. Tão jovem, e já possui um desejo cego pela morte. Mas creio que ele não estaria aqui se não fosse pelo imbecil do seu pai, que deu informações que não deveria a uma criança inconsequente.
Rico Conti foi um de meus capo locale's. Morreu estupidamente, esfaqueado por uma puta que ele fodia. Ao que parece, Rico não criou seu filho como deveria, porque ele se tornou num boceta do caralho.
Achei realmente cômico, quando ouvi o garoto contar pra Carl Webster, um de meus homens infiltrados no F.B.I, seus ideais patéticos:

"Eu sei que estou correndo um grande risco fazendo isso, mas se o mundo for livre de pelo menos mais uma escória, será um passo a mais que a humanidade dá em direção a um mundo menos violento."

Quem criou esse garoto?
Um padre?

Mas ele é uma gracinha não?
Apoiando causas justas, querendo livrar o mundo de escória como eu, lutando por um mundo melhor, mais pacífico.
Que ridículo.
Toda essa merda foi pra nada, e só o trouxe até aqui em um de meus calabouços, onde será morto.

Eu me aproximo dele, e vejo que seus lábios tremem, antes de lágrimas começarem a escorrer de seu rosto.
Como eu disse, um boceta do caralho. Eu nem fiz nada a ele ainda.

── Por favor, não me mata. Desculpa por ter denunciado você. ── Implora. Seu rosto antes pálido, agora está em um vermelho muito acentuado.

Uma pena. Para ele.
Agora ele deve estar vendo sua vida passar por entre seus olhos, tudo oque ele vai perder, as coisas que gostaria de fazer e não vai porque vai morrer em poucos minutos.
Eu não estou nem aí pra isso. Todos nós temos escolhas, e ele fez a sua. Sua sentença de morte foi dada apartir do momento em que ele decidiu pagar de herói, e abriu a boca tentando me fazer ser preso, com quase metade da minha organização junto.
Se eu não tivesse infiltrados meus, a essa hora estaria mofando na porra da cadeia.
E todo por causa de um idiota, que inventou de querer ser o libertador do mundo.

Tiro a arma de minha cintura, e a destravo, me aproximando dele. Sorrio irônicamente. ── Pedindo desculpas garoto? Isso não é, trair a sua causa tão nobre? ── Arqueio uma sombrancelha.

A queda do Imperador | Duologia: Submundo | Vol. 1 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora