Capítulo 41

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Alana

Angústia e desespero puro me definem conforme meus olhos se abrem e processam o ambiente ao meu redor, as lembranças retornam com uma força avassaladora e afligindo minha alma.

Acidente de carro.
Ele teve um acidente de carro...

Lágrimas grossas caem descontroladas borrando minha visão, o medo de perder meu marido se sobrepondo a qualquer tipo de pensamento racional. Apoio meus braços na cama de hospital e sento com dificuldades, o único pensamento de vê-lo em minha mente. Um chute forte e repentino em minha barriga seguido por outro me faz ofegar quando coloco meus pés no chão. Respiro profundamente dolorosas vezes devido ao sufoco e aperto que sinto em meu peito e garganta, minhas mãos apertando fortemente o colchão em forma de apoio até poder prosseguir.

Continuo caminhando lentamente com meus pés descalços em direção a porta, cada passo mais angustiante conforme a sensação de desespero aumenta cada vez mais.

Ele tem que estar bem...
Ele tem que estar vivo...

Levo minhas mãos trêmulas até a maçaneta da porta, a abrindo lentamente. Minha passagem é impedida por um homem que ocupa quase todo o comprimento da porta.

── Me deixa sair... Eu quero ver meu marido! ── Imploro completamente fragilizada quando sinto braços fortes interrompendo minha caminhada. O bolo enorme em minha garganta impede as palavras de saírem fluentemente, fazendo minha voz sair por um fio e estrangulada.

── É melhor você entrar. ── Ouço uma voz grossa em um tom carregado de frieza murmurar.

Levanto minha cabeça e vejo que é o mesmo segurança que demonstrou seu desgosto incompreensivel por mim ontem, eu acho, visto que não tenho a mínima ideia de há quanto tempo estou desacordada.

Suas mão permanecem firmes ao meu redor, tendo um certo cuidado com minha barriga. Suas feições são sérias enquanto observa meu rosto de uma maneira que me deixa desconfortável, seus olhos em branco não dando nenhuma pista de seus pensamentos. Me desvencilho dele, ou pelo menos tento, porque minhas pernas já trêmulas acabam por ceder. Suas mãos me seguram, me impedindo de ter uma queda dolorosa e perigosa.

Posso ouvi-lo murmurar o que creio ser vários xingamentos em uma língua desconhecida por mim, mas que noto que não é nem um pouco a italiana. Ele passa um braço pela parte de trás dos meus joelhos e minhas costas, me carregando de volta para o quarto. Com minhas mãos tento empurrar seu peito, mas quando sinto que isso não terá efeito algum, simplesmente deixo minha cabeça cair novamente contra seu peito, derramando através de minhas lágrimas toda a dor e angústia que estou sentindo.

Me sinto ser pousada novamente em um colchão macio, e cobrindo meu rosto com uma mão, levo a outra para a minha barriga, a sentindo. Os chutes estão cada vez mais fortes e dolorosos. Meu peito inteiro treme com a intensidade do meu choro, e me obrigo a fechar meus olhos com força, tentando me acalmar para que isso não prejudique meus filhos.

── Quer que eu chame um médico? ── Pergunta.

Olho para ele e respiro fundo, passando a mão por meu rosto, limpando minhas lágrimas. ── Eu quero ver meu marido.

Ele inclina a cabeça, me observando. ── Não posso fazer nada sobre isso. Se eu deixar você sair sem a autorização do seu marido, posso me considerar um maldito homem morto. ── Seus olhos são frios e de certa forma acusatórios em minha direção. ── Eu realmente não estou afim de morrer agora. ── Um sorriso sem humor brinca em seus lábios.

Suas palavras me despertam. ── Autorização do meu marido? Você quer dizer que ele já acordou, é isso? Como ele está? Por favor diz qualquer coisa! ── Peço limpando as lágrimas que continuam caindo.

A queda do Imperador | Duologia: Submundo | Vol. 1 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora