Alana
Acordo com o barulho de um baque forte. Meus olhos inchados e doloridos se abrem lentamente, dando de cara com o filho da puta com quem fui obrigada a me casar. Ele está me encarando de frente para a porta do banheiro com uma toalha enrolada em sua cintura, seus cabelos húmidos estão bagunçados. Gotas de água caem por seu corpo, sendo engolidas pelo topo da toalha que nem está amarrada firmemente, me dando um receio do caralho de que a qualquer momento caia no chão.
Olhando para ele, não consigo parar de pensar em como a beleza exterior é algo vão e ilusório, e que jamais, em hipótese alguma, devemos nos deixar enganar por um rosto bonito porque pessoas como ele usam sua aparência como máscara para ocultar para o mundo o quão fodidos eles realmente são.
Por fora ele é um homem lindo. Seus cabelos são escuros, cheios e fios caem sobre sua testa dando a ele uma aparência realmente sensual. Seu nariz é ligeiramente torto, mas estranhamente somando isso à suas feições duras, suas sombrancelhas grossas que estão acima de olhos mais negros e profundos que a noite que chegam a parecer irreais as vezes, isso só o deixa mais...
Os músculos de seus braços tatuados flexionam quando ele os cruza, e eu me amaldiçoo mentalmente por estar checando- o de uma maneira tão óbvia. Desvio o olhar para a parede ao lado dele.
Ele arqueia uma sombrancelha, em seus olhos uma pequena centelha de diversão brilhou, mas foi tão rápido quanto veio. ── É realmente bom saber que minha esposa aprecia oque vê, ── Ele inclina a cabeça levemente para o lado e seus olhos passam por todo o meu corpo como se estivesse me estudando minuciosamente.
Seu olhar encontra o meu novamente. ── Mas devo avisar que se você continuar me olhando dessa forma anjo, terei que fodê-la novamente. Acho que você não quer isso, não é mesmo? ── Pergunta com um sorriso frio nos lábios.
Meu querido marido, que descobri se chamar Maurizio e não Filippo como a puta da Margareth tinha dito pra mim, faz um arrepio sinistro subir por meu corpo pela formas como suas íris escuras me olham de uma forma tão... obsessiva. Caralho, ele nem pisca.
Porquê aquela cobra mentiu sobre o nome dele sendo que mais cedo ou mais tarde eu descobriria, talvez pela boca do mesmo, ou ouvindo por um dos empregados, não entra na minha cabeça. Ela não é tonta. Quem garante que eu já não sabia o nome dele? Duvido que ela não tenha pensado nessa opção. Eu fico pensando, será que ela tinha tanta certeza de que eu não sabia do nome dele? Mas ao mesmo tempo, não teria como ela saber, ela não era adivinha. Margareth disse esse nome com um propósito, e eu quero saber o porquê. Mas acho que vou morrer com minha curiosidade mesmo, porque do jeito que minha vida tá, essa é a última de minhas preocupações.
Você quer dizer, me estuprar novamente? Não, definitivamente não quero. Essas palavras estão na ponta da minha língua para serem ditas a ele, mas meus instintos de sobrevivências me alertam de que é melhor permanecer calada.
Foda-se, era só isso que me faltava. Ter que agir feito uma boneca, sem vontades nem querer algum.Isso não vai dar certo. Sou independente e autossuficiente demais para me permitir me submeter desse jeito. Posso apanhar denovo, mas calada eu não fico. Tudo tem um começo. Se eu permitir que ele me cale, meu cérebro irá ficar condicionado a obedecer ao que esse filho da puta me disser, com medo de sofrer as consequências. Terei ainda mais medo do que ele pode fazer comigo, e vou me encolher. O meu eu, a mulher do caralho que eu sou, vai desaparecer lentamente até que só reste uma casca oca, vazia, e quebrada.
Se ele quebrar meu espírito, ele me quebra, e eu não posso permitir uma merda dessas.
Meu corpo dói pra caralho, meu coração é uma angústia que não consigo descrever, e minha mente está uma bagunça. Mas meu avô me criou para ser mais forte que isso, e esse filho da puta não vai me destruir.
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A queda do Imperador | Duologia: Submundo | Vol. 1 | +18
Roman d'amour•R O M A N C E D A R K• AVISO: Este é um livro recomendado para maiores de 18 anos. Contém linguagem inapropriada, cenas de sexo explícito, tortura, e abuso físico e psicológico que podem ser um gatilho para alguns leitores. Sipnose Eu sou o Capo c...