Capítulo 8

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Alana

Acordo assustada. Meus batimentos cardíacos estão desenfreados, e eu sinto meu corpo ardendo. Chamas flamejantes invisíveis pinicam minha pele.
O pesadelo foi tão mais real. Eu estou suando, sinto como se garras estivessem me rasgando, me cortando, me causando agonia.
Porra eu me sinto sangrando por todos os meus poros.

Noto que estou em uma cama de hospital, meu braço ligado a um soro. Minha garganta está seca, e dói ao engolir.
Charm está sentada em uma poltrona ao lado da cama, me olhando em um misto de alívio e preocupação.

── Oi querida. ── Ela sorri afetuosamente, se levantando para tirar os fios de meu cabelo que ficaram colados ao meu rosto devido ao suor.
Seus olhos possuem olheiras, e seu rosto está sonolento, me fazendo questionar o porquê.

Por quanto tempo estou aqui?

Eu tento falar, mas minha garganta está arranhando e machucando tanto, que faz lágrimas virem a meus olhos.
Charm percebe meu estado e rapidamente tira de sua bolsa uma garrafa de água, me ajudando a bebê-la. Depois de acabar toda a água, entrego a ela a garrafa vazia.

── A quanto tempo estou aqui? ── Questiono preocupada.

Ela parece hesitante. ── Faz 4 dias hoje.

Minha boca fica aberta, e meus olhos ficam tão arregalados, que podem muito bem cair dos meus olhos e rolar no chão.

Como assim eu estou dormindo há 4 dias?
O que aconteceu comigo?
Eu me lembro estar conversando com  Belle, e após ouvir o nome da empresa aonde ela faria o estágio, apaguei.

Eu estou começando a ficar seriamente preocupada.
Esses pesadelos que a cada dia mais pioram, e a sensação de que algo ruim vai acontecer me atormentando, estão deixando assustada demais.
Sinto uma enorme vontade de chorar.
Preciso do meu Paul aqui comigo.

── Tinha algo na bebida que eu tomei? ── Pergunto, esperando com todas as minhas forças que seja isso. Que algum maníaco sexual tenha de alguma forma me feito tomar uma bebida batizada, que me fez cair dura no chão, que me nocauteou por 4 fodidos dias.

A expressão de Charm se torna séria. Ela franze suas sombrancelhas. ── Não. Nada de incomum foi encontrado nas análises que foram feitas de seu sangue. Absolutamente nada.

Eu não resisto mais e deixo as lágrimas escorrerem livremente por meu rosto, fazendo com que Charm me aconchegue em seu abraço reconfortante.
Eu sempre fui uma mulher forte, nunca deixei nada ser mais forte que minha força de vontade, ao ponto de me deixar jogada no chão, abatida.
Mas mano, que pessoa em sã consciência não ficaria com medo de tudo oque está acontecendo comigo?

Desde meus 13 anos tenho esses pesadelos tiram meu descanso, minha paz. Paul e vovô são os únicos que sabem sobre eles.
Não tive outra escolha senão contar a Paul, porque uma noite depois de termos feito amor e dormido, eu acordei com ele segurando em meus ombros, me fazendo parar de me debater na cama. Tive mais um pesadelo horrível, e eu dormi com minha cabeça no peito dele, enquanto ele acariciava meus cabelos, deixando minhas lágrimas serem enxugadas por ele.

Quando nos afastamos, ela me lança um olhar preocupado, enquanto segura carinhosamente minhas mãos. Eu as afasto para passar elas por meu rosto, limpando qualquer vestígio de lágrimas.
Seja lá oque essa merda for, não vou deixar me fazer ficar curvada e abatida.
Eu sou uma lutadora, sempre fui, sempre serei, e jamais permitirei que algo ou alguém me quebre ao ponto de eu chegar a perder a mim mesma.

── Onde está meu avô? ── Pergunto, tentando desviar sua atenção de meu rosto e corpo cobertos com suor. Sei que ela quer perguntar o porquê disso, mas não quero responder.

A queda do Imperador | Duologia: Submundo | Vol. 1 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora