Capítulo 3

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Maurizio

Calábria, Itália

O cheiro intoxicante de uma alma prestes a ser puxada de um corpo inunda meus sentidos. A morte está perto, sua presença sombria constante, apenas esperando meu veredito final para levar o merdinha para o abismo infernal.
Ele se recusa a cooperar, mas isso não é um problema para mim. De um jeito ou de outro descobrirei. Na verdade, sei bem que ele não vai dizer nada, nem mesmo depois de revelar minha carta na manga, porque idiotas como ele veêm seu oyabun ── líder ── como se fosse um deus, e raramente os entregam.
Se eu realmente quisesse que ele falasse, eu o faria. Mas não quero, por isso não insisto em respostas.
Isso é apenas um recado. Um recado que eu pretendo enviar embrulhado em uma caixa enorme, com uma maldito laço do caralho com a cabeça desse imbecil dentro.

─あなたは哀れです。あなたがゴッドファーザーだと思っていても、あなたはただのばかだ ── Você se acha o poderoso chefão, mas não passa de um idiota. ── Ele continua zombando com seu sorriso banguela ensaguentado, olhando altivamente
para mim. Percebo como está pálido, fraco com a perda de sangue que sofreu e com seu corpo tenso, tentando antecipar qual será meu próximo movimento.
Ainda assim, ele tenta se mostrar forte, mas seus olhos denunciam seu medo.
Essa pose de fodão que ele está tentando mostrar não vai durar por muito mais tempo, isso eu posso garantir.

Não respondo e caminho calmamente em direção à mesa onde estão os instrumentos de tortura, o barulho de meus sapatos ecoando no porão. Minha camisa branca está com as mangas enroladas em volta de meus cotovelos, e meu olhar está preso em meus brinquedos favoritos. Muitas opções para torturar um dos kobun ── filho adotivo ── da família mais importante da Yakuza, a Yamaguchi-gumi, liderada pelo filho da puta Takashi Yamaguchi que de uns tempos pra cá, vem me trazendo muitos problemas.
E

sses filhos da puta me trouxeram um prejuízo de milhões de dólares do caralho, quando de algum modo descobriram o esquema do transporte e deram pistas aos fodidos policiais, que interceptaram caminhões com mais 30 fodidas toneladas de cocaína pura, que deveriam ser levadas para o Brasil, E.U.A, México, Equador, e África do Sul.

FODA-SE, mais de 30 toneladas do caralho!
Essa merda não deveria acontecer.
Estava tudo planejado.
Policiais foram pagos. Seguranças foram pagos.
Porra trabalhadores daquele maldito porto foram pagos!
Oque me enfurece ainda mais, é saber que existe a porra de um traidor no meio do meu império falando comigo, respirando o mesmo ar que eu, fingindo ser leal a mim.
Quando eu descobrir quem é esse rato, eu juro que vou fazer ele se arrepender de um modo como nunca ele nunca se arrependeu de nada em sua vida.
Vou fazê-lo me implorar para matá-lo.
Vou cortar seus dedos e fazê-lo mastigar e engolir eles, antes de costurar sua boca traidora do caralho.

Cerro os dentes, sentindo a raiva dominar meu corpo só de pensar nos milhões que esses policiais da merda metidos a justiceiros me fizeram perder.

Ainda de costas para o futuro cadáver, comento de modo desinteressado: ── Soube que você vai ser pai. ── Viro brevemente meu rosto, e olho por cima do ombro em sua direção com um sorriso frio. ── Meus parabéns, de verdade. Que ela venha com muita saúde.

Posso sentir o choque, a tensão, a dúvida e a aflição irradiarem dele, me alimentando.

──時代遅れの拷問方法で、あなたは私に恐れを抱いていると思いますか?── Acha que coloca medo em mim com seus métodos de tortura ultrapassados? ── Ele gargalha, cuspindo sangue, mas posso notar sua falsa bravata. O pânico toma conta de seus pensamentos. Ele tenta desviar o assunto para os instrumentos com os quais será morto em breve, mas está se perguntando aflito se estarei dizendo a verdade ou não, se de facto sei onde sua namorada e filha ainda não nascidas estão, ao mesmo tempo em que sabe deve mostrar  ao imimigo, ── que no caso sou eu ── que ele é capaz de levar tudo oque eu atirar em sua direção.

A queda do Imperador | Duologia: Submundo | Vol. 1 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora