Capítulo 26

176 18 7
                                    

- Minha querida sobrinha! Que prazer em revê-la! – disse Erebus.

Íris o olhou com desdém, mas não disse nada.

- Não faça essa cara pra mim, me lembro de quando era a criança mais teimosa que já havia conhecido.

- Talvez tenha aprendido com você.

- Pode ser – Erebus a estava olhando estranho, mas logo disse –  Só  que teimosia pode levar para caminhos muito sombrios.

Íris suspirou. Ela havia comido o prato que Kael deixou, não para satisfazê-lo, mas para poder ser forte o suficiente para de alguma forma conseguir saia daquele maldito quarto. Havia tentado várias vezes, mas sempre que se arriscava descer um degrau, ficava logo tonta, e a comida parecia que tinha se tornado uma pedra no seu estômago. E no presente momento, Erebus estava diante dela, com os braços cruzados para trás, e uma postura imponente, parecido de certa forma com Kael... Íris logo estremeceu em pensar nisso, e tentou se concentrar na conversa, ou poderia ser: ameaça subentendia do seu Tio.

- Você facilitou muito as coisas pra mim, me desobedecendo.

- Facilitei em que sentido? – Íris levantou uma sobrancelha.

Erebus riu. Ele era tão lindo quanto Ícaro, mas tão perverso, que dava nojo só de olhar.

- Bem... – Erebus começava a analisar as suas unhas – Com a sua rebeldia, e devo salientar que me decepcionou, – Íris revirou os olhos – acabou que pensei em uma forma melhor de atraí-los. Por que percebi que eles se importam muitooo com você... Então se é importante pra eles, também é importante pra mim.

Íris respirava com dificuldade, mas manteve a face neutra.

-Você é louco. Quer todos a sua mercê, até mesmo conseguiu manipular Kael a sua vontade...

- Kael... – havia um certo olhar de brilho nos olhos do seu Tio, e Íris não gostou nada – Não é meu filho, mas fez um papel melhor do que meus dois filhos juntos.

Íris ficou incrédula. E tentou entender a frase de Erebus.

- Eu... – Íris abriu a boca, e fechou. Erebus estava a fitando com curiosidade, para saber até onde ela chegaria – Você... Não! Não pode ser... Quer dizer...Eu acho que não o compreendo...

Erebus sorrio, um sorriso perverso.

- Você compreendeu muito bem. Ícaro e você são irmãos.

- Está mentindo. Eu só tenho uma irmã!

- Que por sinal não está dando tanta importância a dela... Nem a nós, pelo que vejo.

Íris ignorou essa afirmação, pois não conseguia se concentrar direito...Parecia que seu mundo havia desmoronado diante dos seus olhos... E com amargor, começou a perceber o quando ela era parecida com Ícaro, e como ela tinha os mesmos olhos de...

- Você é o meu pai... – disse chocada.

- Infelizmente... Você foi um efeito colateral... – Embora Íris achasse que Erebus não poderia mais feri-la, ele sempre encontrava novas formas – Sua mãe teve que pagar as dívidas do meu irmão de uma forma bem ...atenciosa...

Íris gritou indignada:

- Você abusou dela?!!!

- Ah não meu bem – Erebus se aproximou – Ela poderia ter negado, mas aceitou...E depois acho que se apaixonou por mim, logo que engravidou de você... Então, perdi a graça com ela. Por que acha que sempre tive diretos sobre você? É minha filha.

- Você não tem nenhum direito sobre mim!!! Não sou sua filha entendeu?!!! Nenhum pai que preste teria feito o que você me fez passar durante anos – E Íris se sentindo um ódio crescente, disse – Não tenho culpa que seu filho esteja morto.

Corte de Neve e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora