Capítulo 9

9 2 0
                                    

Eu ainda estou em choque com tudo o que aconteceu lá em casa... ou melhor na casa de meus pais. 

Eu nunca quis machucá-lo, mas a ideia de ficar internada tomou meus instintos em um nível tão alto que fui capaz de fazer aquilo. Minha mãe nunca mais vai me querer de volta e eu entendo. 

Enquanto ando sem rumo pela rua meu celular toca no meu bolso e o nome de Samuel fica estampado na tela.

— Vee, me diz onde você escondeu aquilo.— Assim que clico em atender, a  voz de Samuel tange meus ouvidos. 

— Samuel...eu...— Minha voz falha quase não sai de minha boca, estou chorando desde que sai daquela casa.

— O que foi, aconteceu alguma coisa?— Ele muda o tom de voz.

— O meu pai... — O ouço soltar um suspiro. — Eu estou indo para a boate.— Eu digo, preciso conversar com ele pessoalmente.

— Não, não. Me leva pra sua casa, tenho que pegar aquela droga.— Ele sussurra. Eu não acredito nisso, ele não está dando importância para minha voz de choro nem para o que quero falar.

— Por que está tão preocupado com isso? Eu estou tentando desabafar contigo e você nem liga!  — Grito.

— Vee...— Ele começa a alar, mas desligo o telefone. Típico Samuel que só se preocupa com suas mercadorias. Boba fui eu achando que ele ia me ouvir.

Paro na rua da boate decidida a dar meia volta, porém luzes da sirene vermelha e azul da polícia me chamam a atenção e quando vejo quem os policiais pegaram, me sinto paralisada.

É Samuel entrando na viatura da polícia, algemado cercado por três policiais.

Merda. 

Estou sentada na calçada de um comércio vinte e quatro horas, com os joelhos dobrados e a cabeça abaixada, decidindo meu futuro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estou sentada na calçada de um comércio vinte e quatro horas, com os joelhos dobrados e a cabeça abaixada, decidindo meu futuro. Tarde demais 'fodona'. Seu futuro é estar na merda, e ele já começou. 

Pego meu celular e ligo para Júlia. São várias ligações perdidas até eu decidir que vou até a casa de Júlia.

Não sei se ela quer falar comigo, provavelmente deve estar brava com as minhas atitudes, principalmente com a sua cunhadinha, mas eu não tenho para onde ir.

Assim que chego ao prédio de Júlia, cruzo os dedos para que eu não encontre aquela recepcionista chata de novo, hoje eu estou acabada e não quero ter que discutir com ela mais uma vez. Eu só quero ficar na minha. E parece que tive sorte, pois assim que atravesso a porta um homem de meia idade sorri ao me ver.

A alegria dele é demais para alguém que só trabalha como recepcionista, mas ele até que me surpreendeu ao não ter me olhado dos pés á cabeça, porque obviamente, eu não com um semblante muito agradável. 

— Boa noite, senhorita! — Ele se levanta e me cumprimenta com a mão.

— Boa noite. — Forço um sorriso.— Poderia chamar a Júlia, por favor?

Eu Não Estou SóbriaOnde histórias criam vida. Descubra agora