Capítulo 25

2 1 0
                                    

— Estranho te deixarem sair sem alguém da sua família. — Lucas diz assim que entro em seu carro que por sinal, é dos caros.

— Eles deixam quando ninguém da família se dispõe. — Digo e o olho, ele está com uma camisa branca e uma calça jeans. Seus cabelos loiros escuros estão soltos sobre a testa, e seus olhos azuis acinzentados me encaram com dúvida, mas logo ele entende o que quis dizer.

O caminho até a casa de Lucas é tomado pelo silêncio.

— Chegamos. — Diz ele quando para em frente a garagem de uma casa de construção moderna e branca.

Levanto uma de minhas sobrancelhas e viro-me para ele.

— O que foi? — Ele pergunta tirando o cinto de segurança. Apenas balanço a cabeça e me viro para a casa de novo. — Você está me julgando? — Ouço ele virar seu corpo em direção a mim. Ele dá risada perante a meu vergonhoso silêncio. — Eu não acredito...

— Não estou falando nada. — Viro-me para ele.

— Mas seus olhos estão. É feio julgar os outros pela aparência. — Ele me olha fixamente.

— Não estou julgando pela aparência, mas sim pelos atos. — Tento me defender.

— Ah então você assume que está me julgando. Quais atos meus te preocupa tanto?

Agora ele me pegou, nem conheço o cara não sei o que ele faz ou deixa de fazer.

— Você se envolver com o Samuel? — Percebi que falei merda assim que finalizado a frase. Ele ri.

— Verônica, você está sendo hipócrita. — Ele abre a porta e desce do carro.

Ele tem razão.

Desço do carro, ajudo Lucas a pegar minhas malas e vou em direção a grande porta de madeira. Ao abrir a porta, me deparo com uma enorme sala, cozinha ao fundo, escada, lustre... de fato um casarão.

Lucas vai aos degraus da escada e sobe sem ao menos dizer uma palavra. Sigo-o. Ao chegar no segundo andar, no final do corredor ele abre a porta e me espera entrar. O quarto não parece ser muito usado.

— Quarto de hospedes? — Pergunto olhando ao redor.

— Não. Esse é o meu quarto. — Ele diz abrindo o closet com vários tênis e roupas. — A gente vai ter que conversar sobre algumas coisas. — Diz ele indo sentar em sua poltrona de quarto. Sento na cama e o espero começar. — É o seguinte, infelizmente meu quarto não tem banheiro, então seus banhos terão que ser no banheiro do corredor, seu almoço e janta vou trazer a você. Você pode dar uma andada pela casa, mas tome cuidado, entre pro quarto antes dos meus pais cheg...

— Opa espera aí, PAIS?!— Falo em um tom um tanto quanto alto. Que absurdo é esse.

— Sim, e eu também tenho um irmão, mas nem precisa se preocupar com ele por enquanto, está viajando. — Ele completa. O encaro com uma expressão pasma. — Qual o problema? — Ele questiona diante da minha expressão.

— Você é retardado? Você acabou de deixar claro que vai me esconder aqui, mas que caralho! Como vai fazer isso, acha que ninguém vai perceber? Achei que ia fingir que sou sua namorada. — Me levanto da cama e começo a fazer gestos com a mão.

— Eu espero que não.

— ''Eu espero que não'' — Digo o imitando. — Lucas, presta atenção. — Não dá pra morar na casa de alguém e eles não perceberem, mas que ideia idiota.

— Eu ainda não combinei com eles de que você ia vir. —Ele responde atrasado a minha pergunta.

— Você fala como se importasse comigo. —Pego minhas malas do chão e ameaço sair.

Eu Não Estou SóbriaOnde histórias criam vida. Descubra agora