Capítulo 4

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Meu celular toca novamente. Torço para que seja uma resposta de Júlia, mas é só uma mensagem com o endereço da festa dessa noite. Jogo o celular de volta na cama e vou para o banheiro tomar um banho.

Tiro o pijama azul e o jogo no cesto de roupas. Tomo um banho rápido e lavo meus cabelos.

Assim que vou para o meu quarto, passo uma sombra preta nos olhos e seco meus cabelos deixando-os lisos. Minhas roupas preferidas estão todas para lavar, então abro meu guarda-roupa e acabo escolhendo uma meia calça arrastão e um short cós alto jeans. O tempo está esfriando pela ausência do sol, então coloco uma blusa de manga longa roxa e calço uma bota preta.

Paro e me olho no espelho notando o quando eu emagreci depois de tudo o que aconteceu. Passo um perfume de embalagem roxa que encontro em cima da minha cômoda. Se bem que isso não importa, já que daqui algumas horas vou feder a álcool e maconha novamente.

Estou pronta, então pego a roupa da noite anterior e coloco na máquina de lavar junto com as outras.

Pego meu celular e confiro se tem mais algumas mensagens, mas não há nenhuma, portanto vou até o ponto de ônibus deixando a chave de casa na caixinha do correio.

A movimentação da cidade diminuiu, mas há uma grande turma nos bares e restaurantes próximos ao ponto de ônibus.

Por minha sorte, o ônibus aparece assim que me sento no banco. Entro e sento em um dos lugares do fundo. A bateria do meu celular está na metade e provavelmente vai durar a noite toda já que só o uso ele de vez em quando.

O ônibus está quase vazio, o que me permite relaxar antes da longa noite que vou ter.

Chegando próximo ao local da minha parada, desço do ônibus e percebo que tenho que andar um pouco. Nunca havia visto esse lugar, porém continuo a andar seguindo o endereço pelo GPS do meu celular.

Sei qual é o local da festa quando começo a ver várias pessoas com garrafas na mão e luzes roxas refletindo da grande janela de vidro, mostrando as silhuetas de pessoas dançando uma música um tanto quanto alta.

Atravesso a rua e passo em frente de um grupo de jovens já bêbados na calçada. Um deles assovia para mim e eu mostro o dedo do meio, seguindo até a porta de entrada.

O local está ótimo, as luzes roxas iluminam todo o lugar e os objetos néon da decoração está bem destacado. Seja lá o dono desse lugar, pensou bem em colocar músicas eletrônicas ao invés de funk.

Entro e logo vejo que há uma bebida em minha mão em um copo azul. O cheiro não é de se negar: Caipiroska. Logo tomo um bom gole para molhar a minha garganta e tento passar pela multidão de pessoas pulando na pista.

Essa boate é imensa, há um bar com luzes néon do lado direito com algumas cadeiras na bancada para sentar. Vou até o bar para encher meu copo que já está vazio e acabo escolhendo mais um copo de Caipiroska. Viro o copo todo e o bebo em menos de um minuto. O garçom me olha estranho e eu sorrio.

Olhando bem, o garçom até que é gatinho. Ele é chinês e tem os cabelos super lisos jogados para o lado. Aparentemente tem uns vinte anos.

—Você não devia beber tanto assim, moça. — Ele apoia seus cotovelos na bancada e eu fixo o olhar em seus olhos pretos.

—E você não devia comer cachorros. —Digo e ele solta um sorriso não tão sincero. O sorriso dele é muito lindo.

—Eu não como cachorros— Ele passa as mãos pelos cabelos. E assim começa a palestrinha. — Apesar de isso vir da religião de onde venha, nem todos os lugares e nem todas as pessoas comem. — Ela explica.

Eu Não Estou SóbriaOnde histórias criam vida. Descubra agora