Paro na calçada de uma estrada qualquer, respirando desesperadamente e com as lágrimas juntas aos olhos, mal consigo deixá-las escapar.
O celular toca, na tela o nome de irmão aparece.
— Isaac me escuta, por favor! — Exclamo desesperadamente.
— Por que saiu desesperada daquele jeito Verônica?
— Isaac sai da sua casa agora, eu vou ligar para a polícia.
— O que está acontecendo?
— Tem alguém perto de você? — Coloco o celular mais a fundo no meu ouvido
— Não, eu estou na cozinha. — Ele responde baixo.
— Preciso que acredite em mim! Eu a vi... Isaac, a mulher dos cabelos vermelhos é sua sogra. — Essas palavras saem de forma amarga de minha boca.
Ele fica em silêncio.
— Verônica isso é efeito dos remédios que você tomou mais cedo...
— O que? Não! — Arregalo meus olhos apesar de ele não estar me vendo. — Não Isaac, eu sei o que eu vi...
— Você não viu nada Verônica, nem cabelos vermelhos ela tem. Isso é só mais uma alucinação sua, me diz onde você está que vou te buscar.
— Você não acredita em mim.
— Porque você tá louca! Isso é uma acusação muito séria...
— Filho, você está estragando o jantar. - A voz baixa da mãe de Isaac soa pela ligação.
— Você disse que acreditava em mim. — O sentimento decepcionante quase tira minhas forças, me fazendo sentar na calçada.
— Não com um absurdo desses!
— Vai se foder. — Desligo o telefone.
Eu não consigo acreditar nas palavras que saem da boca de Isaac. Ele me disse que podia confiar nele, que sempre iria acreditar em mim. Fui tola achando que com ele era diferente. É mais um babaca com falsas esperanças.
Eu sei exatamente o que vi e dessa vez sei bem que não é uma alucinação.
Como ela pode seguir a vida dela normalmente enquanto estou vivendo esse pesadelo em vida real. É impressionante como pessoas más continuam sua vida bem melhor quando acabam com a vida dos outros.
Se o inferno realmente existe é pra lá que eu quero que essa mulher esteja.
O celular notifica alguns correios de voz.
Quando disco o número, a voz de Samuel soa pela saída de áudio.
"Lucas preciso que venha me ajudar a resolver algo. É aquela merda é das grandes. Estou no galpão da antiga loja metalúrgica."
''Porra Lucas, cadê você?''
Samuel está fora da cadeia.
Não demorou muito para que começasse a pedalar desesperadamente até onde Samuel está. É isso, ele pode me ajudar. Essa é a solução.
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Eu Não Estou Sóbria
RandomVerônica Vitale presenciou o cruel assassinato de seu avô. Na tentativa de fugir e esquecer o que aconteceu, ela conhece o mundo das drogas e acaba se tornando uma dependente química. Sua vida se torna um verdadeiro inferno e, quando ela se dá con...