44 - Ajoelhe-se ao Rei

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MARIE POV

Após correr e conseguir distrair o lobo, cheguei a uma caverna em tropeços. Eu havia corrido tão rápido pela floresta que não notei quando minha perna passou por algo que deixou um grande corte nela e em meu vestido. Eram nesses momentos, que eu poderia agradecer por saber algo de medicina. Porém, vale frisar que não havia nada que eu pudesse fazer já que não tinha nem uma luz clara naquele local.

O sangue não parava de escorrer, talvez tivesse sido mais fundo do que eu imaginara. Arranquei um pedaço do tecido de meu vestido e amarrei em minha coxa, tentando diminuir o fluxo sanguíneo a fim de estancar o sangramento.

Me sentei no chão da caverna escura que recebia apenas a luz da lua por sua entrada e encarei minhas mãos. Elas estavam machucadas devido aos galhos que eu retirei do meu caminho enquanto corria por minha vida.

Abaixei a cabeça, respirando fundo e sentindo o alívio de ter escapado. Eu não sabia se era o frio, mas eu estava tremendo e conseguia sentir como se ondas geladas passassem por ele.

Olhei minha perna e como eu não conseguia ver nada no escuro, apalpei meu vestido lá embaixo e consegui sentir o molhado provavelmente de sangue.

Droga.

Eu havia perdido mais sangue do que havia suposto... aquele frio não era do clima gélido lá fora, até porque eu continuava agasalhada. Era minha pressão.

Castiel... eu precisava voltar para onde eu estava, ou então eu iria apodrecer pro resto da minha vida naquela caverna. Porém, talvez eu saísse e desse de cara com aquele animal faminto ou qualquer outro pior.

Minha cabeça começou a latejar e meu coração parecia bater mais rápido do que nunca. Não conseguia sentir direito mais minhas próprias mãos e nem me movimentar direito.

Tentei me levantar antes que fosse tarde demais, mas minha visão já estava completamente escura e então eu perdi minha consciência.

LUCIAN POV

Olhei através da janela aberta em meu quarto. O dia estava com um sol levemente quente e uma brisa refrescante, eu conseguia até ouvir o som dos pássaros e me sentir relaxado. Depois de tantos dias ruins, eu havia tido uma noite normal de sono. Sem acordar tremendo ou suado após ter pesadelos desconexos e horríveis.

Havia sido a primeira noite que eu não sonhava com aquele cheiro de lavanda, parecido com o que a lady Marie usava, mas obviamente não era o dela. Eu não me importava com ela ao ponto dela aparecer em um sonho meu. Mas aquele cheiro era a única coisa boa naquelas noites, o restante do pesadelo era alguma pessoa na qual eu n conseguia enxergar o rosto e ela estava sempre sendo morta, ou fugindo ou me abandonando.

Era torturante. E o mais torturante era que eu não conseguia entender o que era aquilo. Talvez fosse das memórias que eu perdi, mas o médico real me esclareceu que poderiam ser apenas coisas criadas pela minha própria mente devido ao estresse extremo no qual eu estava passando.

Além do mais, o conselheiro Harry havia me informado de todos fatos importantes que aconteceram durante o período em que estive de coma e do qual perdi as memórias. Ninguém havia morrido, além do irmão de Laura e meu pai. Todos os dias eu explicava isso para mim mesmo, tentando ter uma noite de sono sem tais sonhos, mas o mesmo pesadelo continuava acontecendo.

Eu nunca havia sentido aquela dor. Aquele sentimento de desespero e tristeza extrema que eu vivenciava nos sonhos, tudo parecia tão real que ás vezes eu acordava e vomitava. Meu peito doía e meu coração parecia esmagado, demorava afins minutos para eu conseguir discernir o que era sonho e o que era realidade, mas não conseguia voltar a dormir. Me sentava na poltrona em frente à janela e observava o céu até o sol nascer e o dia começar novamente.

Call me KingOnde histórias criam vida. Descubra agora