47 - Profecia e Guerra

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MARIE POV

Tossi, após engasgar com a água.

Isso só poderia ser uma piada. Tudo o que me faltava era ser prisioneira no reino inimigo e ainda estar com essa maldita perna machucada que não me ajudaria em nada.

– Vossa majestade, eu não ouvi nada. Lhe garanto isso. Não faço a mínima do que estavam falando... eu... Eu só quero ir pra casa.

– Não posso permitir isso. Não até que um acordo seja fechado. Além do que, você não aguentaria uma viagem agitada com a perna nesse estado. Então, você não tem escolha. – Castiel serviu vinho em uma taça e Morgana ficou me encarando com sua feição de deboche.

– Você... é uma mentirosa, não é mesmo?! Apareceu no internato em que Bulut estava, disse toda aquela mentira sobre me revelar o passado de Victoria... Mas agora tudo faz sentido. Claro... Como minha carruagem seria atacada daquele modo e o belo cavalheiro sobre um cavalo preto me salvaria, depois me jogaria aos lobos...

– Ela te chamou de belo, ouviu? – a velha disse e Castiel sorriu com sarcasmo.

– Assim eu me machucaria e você como um belo salvador me manteria prisioneira propositalmente! Já que não consigo nem correr sem abrir essa merda na minha maldita coxa!!! – desabafei furiosa e respirei ofegante, como se tivesse passado um bom tempo entalando tudo em minha garganta com todos.

Sim, eu estava fazendo isso já tinha um bom tempo. E agora eu havia estourado. Porque eu era simplesmente a pessoa mais imbecil e ingênua desse universo.

– Você realmente tem uma mente bem criativa para poder pensar que eu bolaria tudo isso para te sequestrar. – Castiel bebeu um gole de vinho e a velha soltou uma risadinha.

– Ele é um homem prático, menina tola. Teria te dado um golpe e você apagaria em milésimos de segundos.

– Porque não me disse que sabia quem eu era, então?! – questionei, ainda furiosa. Talvez sentar naquele trono e olhar para os dois no chão abaixo me dava a sensação de falso poder.

– Ele não te deve explicações, menina! Pare de ficar com essa cara de cachorrinho furioso e agradeça por estar em um quarto e não em uma masmorra. – a velha rabugenta me xingou e a parte que mais me ofendeu foi ela ter usado cachorro no diminutivo.

Talvez eu não era tão ameaçadora quanto imaginei que fosse.

Fitei minha coxa machucada e suspirei. Aquele maldito estava certo. Não havia nada que eu pudesse fazer naquele momento além de aceitar e tentar evitar que me mandassem para uma masmorra.

– Nossa... toda essa conversa chata me deu fome. Vou ir almoçar, caso queiram me acompanhar serão bem vindas. – Castiel disse e foi caminhando até a direção da porta, suas pernas longas não precisaram dar o tanto de passos que eu dava para chegar até lá.

Ele parou momentaneamente e se virou para mim, como se lembrasse de algo. E então caminhou até onde eu estava. Ele ergueu os braços para me pegar e eu me desvencilhei rapidamente.

– Não preciso da sua ajuda... Vossa majestade.
– falei rispidamente e ele deu de ombros, seguindo para fora do salão, sumindo.

A velha caminhou até mim e o sorriso de sarcasmo que dançava pelo rosto dela antes, já não estava mais ali.

– Eu não estava mentindo, menina. Nada disso que você pensa é verdade.

– Isso o que? Essa situação absurda?

– Sim. Apenas compreenda que não podemos confiar que você não contará nada até que ambos Reis fechem um acordo. E acredite, você irá agradecer quando eles fizerem isso, porque se não fosse por essa praga, esse acordo não existiria... e uma guerra se iniciaria no lugar.

Call me KingOnde histórias criam vida. Descubra agora