23 - Corra até ele!

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Já estava de noite quando finalmente chegamos ao castelo. Pensei em ir para meu quarto, porém o guarda disse que o rei queria me ver assim que eu chegasse. Pedi para que levassem o Bulut para a enfermaria e eu iria em breve para lá.

Caminhei até o quarto do rei, que era onde Lucian estava. Me aproximei e nem precisei bater na porta, os guardas abriram-a para que eu entrasse. Atravessei a porta e eles a fecharam, encarei o local que era extremamente luxuosa.

Meu Deus.

Eu nunca havia entrado no novo quarto do rei, havia vindo ver quando o rei estava doente, porém parecia que Lucian tinha dado uma repaginada no quarto. Além de mais luxuoso, o quarto estava mais escuro. Bem a cara dele mesmo, ambos sombrios. Caminhei até a porta que levava para seu escritório, bati na porta e ele permitiu que eu entrasse. Estava sendo educada para que os xingamentos fossem menores e também porque eu precisava me acostumar a lidar com a ideia de que ele era o rei, e infelizmente, eu era inferior a ele naquela época.

Apesar de estar grata por ter sido salva, eu continuava com muito ódio do Lucian. Ele queria me casar com um desconhecido, mesmo sabendo que eu gostava dele. Meu coração apertava só de lembrar disso, eu odiava tanto o fato de gostar dele, por que eu não podia só superar isso e focar nos meus outros problemas?! Não queria nem ver a cara dele, pena que isso não era possível.

- Marie. - ele parou de escrever, assim que eu entrei e me encarou com as mãos cruzadas em cima da mesa.

Mantive a cabeça baixa, enquanto mexia na minha própria mão, inquieta.

- Venha até aqui.

Lucian ordenou e eu fui andando até a mesa dele, aliás o escritório dele também era grande e luxuoso. Só um móvel dali faria muitas famílias ricas... eu não gostava disso, para ser sincera.

Ele se levantou, saindo da sua cadeira e veio até mim, ficando frente à frente. Lucian segurou meu queixo, levantando meu rosto e começou a olhar meu pescoço.

- Você está bem? - ele perguntou.

Meu coração idiota palpitou, mas que ódio. Eu odiava ter que gostar dele. Por que a gente não podia decidir quando gostar e quando parar de gostar de alguém?! Eu odiava, odiava, odiava isso!!!

- Sim, vossa majestade. - falei, sem olhar nos olhos dele.

- Ele foi morto? - Lucian perguntou e eu fiz que sim com a cabeça.

- Por que você foi para a cidade, lady Marie?! Até quando vai continuar inconsequente assim?! Você poderia ter morrido! - Ele puxou meu rosto, fazendo com que eu ficasse olhando ele diretamente.

- Eu sou uma prisioneira agora, por acaso, majestade? - suspirei, tentando evitar qualquer contato visual.

- Por que você se faz de desentendida?! Sabe muito bem que pessoas da nobreza não se misturam com o povo, você deveria ter pedido guardas, no mínimo. E o mais importante, minha PERMISSÃO.

- Não sabia que eu precisava de vossa permissão.

- Eu sou seu rei. Todos que moram no palácio e reino devem me obedecer e respeitar.

As palavras de obediência e respeito ecoaram pela minha mente, era o que eu menos fazia. Era muito estranho ter que ficar calada e obedecer alguém só porque ela estava em uma posição. Mas eu deveria começar a fazer isso logo, caso contrário as coisas iriam piorar para mim.

- Eu só estava curiosa e não queria comer na mesma mesa que o senhor, majestade. - falei sinceramente, enquanto olhava para ele que segurava meu queixo.

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