28 - Inocente

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"Evidencia-se, então, que os servos ditos como testemunhas para a acusação de Marie Brown, foram pagos para fazê-lo. Portanto, declara-se, Marie Brown inocente, sem provas o suficiente para justificar o contrário."

Soltei um profundo ar pesado dos meus pulmões, cujo eu não estava conseguindo colocar para fora desde pegar a pasta. Eu estava inocentada... pelo menos por enquanto.

– Acho que vossa majestade me deve um pedido de desculpas. – estendi a pasta e olhei para Lucian que em seguida soltou um sorriso.

– Quem te fez acreditar que os reis se desculpam por seus atos?

– Bom... eles não são humanos? Mesmo que escolhidos por Deus.

– Isso não vai acontecer, lady Brown. – ele sorriu e eu retribuí o sorriso, já que era impossível segurar a felicidade que eu estava sentindo por finalmente um dos meus problemas terem sido solucionados.

– Vossa majestade... Quem pagou os empregados para me acusarem? – perguntei, sabendo que provavelmente teria sido a Laura.

– Eles não estão dizendo. É uma pena, é uma informação importante.

– O senhor... vai soltá-los? - perguntei imaginando que a resposta seria não, provavelmente passariam alguns anos na prisão.

– Soltá-los? - Lucian me encarou com a testa franzida. – Obviamente que não. Serão enforcados em alguns dias.

Encarei ele, desacreditada. Os empregados seriam executados? Eu entendo que é um absurdo me sentir assim, já que a acusada injustamente foi eu, mas... matá-los?

– Vossa majestade...

– Nota-se que a senhorita também esqueceu que mentir para o rei é um dos piores crimes. Não tenha compaixão, lady Marie. Era para ser você no lugar deles se o resultado dessa investigação fosse o oposto. - Lucian disse e se levantou, se aproximando de mim.

Olhei para ele, ainda com o rosto fechado. Pessoas iriam morrer... elas provavelmente tinham filhos, família...

– Por que está me olhando dessa maneira? – ele arqueou a sobrancelha.

– De qual maneira, vossa majestade? Me perdoe... – abaixei a cabeça em seguida.

Ele colocou a mão em meu queixo e levantou meu rosto.

– Como se estivesse com medo. De mim.

Medo? Não, eu não tinha medo dele... eu gostava dele... como poderia sentir medo de alguém que eu gosto?

"Não vai me dizer... que achou que aquilo significava algo para ele"

"Nem a antiga Marie conseguiria fingir ser tão ingênua e burra assim, principalmente sabendo quem o Lucian é de verdade"

A voz da Laura dizendo aquelas coisas mais cedo, surgiu em minha memória. Assim como a imagem que imaginei dele e de Laura rindo de mim. Aquela imagem não sumia da minha cabeça, era como se fosse real.

– Lady Marie? – Lucian passou a mão em meu rosto e eu arregalei os olhos após acordar para a realidade, me assustei e pisei no fim do degrau.

Lucian me segurou pela cintura, caso contrário eu teria caído da escada até o chão do salão. Olhei para ele, aquela cena era uma coisa tão romântica e clichê que eu via sempre em filmes e estava acontecendo, de verdade, comigo e com a pessoa que eu amava. Mas eu não me sentia nenhum pouco contente.

Tirei as mãos dele e voltei a minha posição normal rapidamente. Em seguida desci a escada para não correr o risco daquilo acontecer novamente.

– Qual é o problema, lady Marie? – Lucian disse, após descer as escadas, calmamente, com os braços atrás das costas.

Call me KingOnde histórias criam vida. Descubra agora