64 - Beijo

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MARIE POV

Lucian me encarava com os olhos furiosos e eu não me sentia nenhum pouco intimidada por ele.

– Deixe-nos. – ele disse e Castiel hesitou, mas saiu com sua expressão indiferente de volta ao seu rosto como sempre.

Lucian deu um passo à frente e ficamos cara a cara. Eu tinha vontade de matá-lo ali mesmo.

– Para o seu próprio bem, lady Marie, eu irei fingir que não ouvi o que você acabou de pronunciar. Porque isso significaria traição. E é a última coisa que precisamos agora.

– Não que seja algo que você desconheça, não é mesmo?!

– O que você quer dizer? – ele mantinha os olhos fixados nos meus, como se pudéssemos acabar um com o outro ali mesmo.

– Vai continuar fingindo que perdeu a memória? Eu já sei de tudo. Inclusive do seu joguinho com a Laura para me fazer apaixonar por você.

– Eu... – ele desviou o olhar e depois voltou a me encarar – Ainda não recuperei todas as memórias, mas preferi manter assim... para o bem de nós dois.

– Como você pôde?

Meus olhos já haviam derramado tantas lágrimas que estavam secos agora. E ouvir aquilo da boca dele só me dava mais nojo.

– Não poderíamos ficar juntos de qualquer maneira, Marie. No começo, as memórias começaram a vir como sonhos, mas então elas surgiam toda vez que eu te via ou te sentia. – ele tocou meu rosto e aquilo não me fez sentir nada além de indiferença. – Achei que seria melhor você pensar que eu havia esquecido tudo para sempre, assim poderia superar mais rapidamente.

– Eu nunca amei um homem tanto quanto te amei. E eu continuei esperando, pensando que um dia você finalmente iria se lembrar de nós dois e então ficaríamos juntos. Mas, claro, você me usou para seu joguinho ridículo e então me abandonou sem pensar duas vezes. Sabe por que? Porque você é um covarde. Você não teve nem a coragem para me encarar e dizer a verdade.

– Eu não queria que você tivesse esperanças... se não, eu também teria. E eu não posso. No começo, era para ser um jogo, mas eu comecei a te amar de verdade, e mesmo não lembrando de tudo, esse sentimento ainda me persegue. Eu não consegui deixar de te amar. – ele segurou meu rosto com as duas mãos e passou o dedo por meu lábio inferior, seus olhos cinzas começavam a ficar marejados, enquanto os meus eram frios e apáticos.

– Se você me amasse de verdade, nunca teria me machucado tanto do jeito que machucou.

– Eu sei que errei e me arrependo, por isso sei que não mereço ficar com você também. Se eu pudesse voltar atrás, eu faria tudo diferente.

– Não, você não faria. Porque você é e sempre foi egoísta e controlador.

– Por favor, não diga isso. Não vamos nos machucar mais do que já fizemos.

– Quando eu paro e olho para você, não consigo enxergar nenhum único motivo para ter te amado.

Ele soltou uma risada com deboche e me encarou.

– Então agora você vai ficar me ofendendo com essas palavras que nem você acredita?!

– Estou te dizendo a verdade agora que não estou mais cega como a idiota que eu era.

– Me poupe, Marie. Você sabe muito bem porque me amava, assim como eu sei o porquê de eu continuar te amando.

– Não, não sei. Você é um covarde, mentiroso, mulherengo, manipulador, controlador, narcisista... são tantas características ruins que eu poderia ficar o dia todo te contando. Mas não fará diferença, porque você continuará achando que é perfeito.

Call me KingOnde histórias criam vida. Descubra agora