29 - Salve-se Quem Puder

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MARIE POV

Ele abaixou o rosto e encarou o chão por um tempo, como se procurasse uma resposta. Sua língua molhou seus lábios que já estavam secos, provavelmente pela ansiedade que a minha pergunta havia o causado.

A lua estava cheia, bela e sua luz prateada iluminava nós dois naquele jardim escuro pelo anoitecer. Seu formato redondo e claro me lembrava dos olhos cinzas de Lucian. E eu sabia que iria me arrepender de ter notado isso, pois sempre que eu olhasse para a lua cheia, iria me lembrar dele.

Eu gostaria muito de descobrir o que se passava na mente dele, saber se ele estava pensando nos momentos com Laura ou em seus poucos momentos comigo, saber se ele se imaginava subindo no altar com Laura ou se pensava em seus melhores beijos com ela ou comigo.

Mas eu já sabia o que aquele silêncio significava. Independente se ele estivesse em dúvida, a própria dúvida já era uma resposta. Se ele gostasse de mim de verdade, não precisaria pensar em responder se ainda ama outra mulher.

Soltei meu pulso de sua mão e ele me encarou.

- Vamos parar por aqui. - falei com o rosto sério e o tom de voz firme, mesmo que meu coração estivesse se quebrando dentro de mim.

Eu não iria continuar com aquela palhaçada. Por um momento eu pensei em competir com Laura, pensei em ficar correndo atrás dele e conquista-lo, mesmo sendo uma pessoa orgulhosa e teimosa... era engraçado como um sentimento tinha o poder de nos mudar ao ponto de fazer coisas que jamais imaginamos poder.

Se ele queria se casar com Laura, eu não tinha nada a ver com isso. Jamais serei uma amante, eu havia deixado meu orgulho de lado por muito por amá-lo, mas eu iria me valorizar agora. Eu não preciso de migalhas de carinho ou sentimento.

- Marie... - ele engoliu seco, sem saber o que dizer.

- Você está praticamente noivo, não é correto mantermos tanta intimidade assim. De agora em diante, vamos fingir que não nos conhecemos. - olhei para baixo enquanto dizia, eu precisava ser forte.

- Fingir que não nos conhecemos?!

- Sim. Seremos o que realmente sempre fomos... um rei e uma súdita. Boa noite, vossa majestade. - me curvei, reverenciando, em seguida levantei.

- Você realmente deseja isso? - ele disse, colocando a mão em meu cabelo, próximo ao rosto.

Ao sentir seu toque, eu quase vacilei e neguei. Mas eu sabia que era isso que ele queria.

- Sim, vossa majestade. Com licença. - dei três passos para trás e me virei, indo para dentro do castelo.

Ao olhar para trás e notar que eu já havia andado o suficiente para sair do seu campo de visão, comecei a correr para dentro do castelo. Entrei e me apoiei na parede do corredor.

As lágrimas e o choro que estavam entalados em mim, foram todos liberados para fora em meu rosto.

Enquanto eu chorava como uma criança, eu me culpada por ser uma ridícula em derramar tantas lágrimas assim. Isso era falta de maturidade, talvez? Era errado chorar? Eu era fraca por isso?!

- Marie?! - Jake disse, enquanto me olhava com os olhos arregalados no corredor.

Ele se aproximou rapidamente e tirou um lenço do seu casaco, me entregando.

Eu não queria que ninguém me visse nesse estado. Mas eu não conseguia conter as lágrimas. Eu era tão estúpida.

- O que houve?! Por que está chorando?! - Jake perguntou, enquanto eu tentava secar as lágrimas do rosto com seu lenço.

Call me KingOnde histórias criam vida. Descubra agora