56 - Adversários

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MARIE POV

Lucian me encarava como se tivesse visto um fantasma dançar diante de seus olhos. Entretanto, Castiel olhava com o mesmo desinteresse de sempre.

– Vossa majestade? – o conselheiro Harry se aproximou e Lucian o encarou. – O conselho já foi reunido e o aguarda.

– Estou indo. Com licença. – ele me olhou e então saiu educadamente em direção ao castelo, deixando-me sozinha com Castiel que instantemente caminhou até mim.

– Por que você não foi ao funeral? – ele questionou, enquanto eu ainda passava o dedo sob as pétalas suaves da rosa.

– Eu acabei dormindo mais que a cama.

– Imaginei. – ele respondeu, olhar para qualquer outro lugar que não fosse meu rosto.

– Você já sabe de alguma coisa? – perguntei.

– No momento, eles pensam que pode ter sido um assassinato orquestrado por nossos inimigos. Mas ainda não suspeitam de ninguém.

– Deve estar sendo tão cansativo para ele... – desabafei, imaginando a carga pesada que Lucian estava trazendo sobre seus ombros e coração.

– Pense primeiro em você e se sobreviver, depois pense nos outros. Vamos volta para o castelo.

Saímos do jardim e caminhamos de volta para dentro, enquanto eu curtia o sol que batia em meu rosto durante a caminhada. Eu havia sentido falta daquele calor fresco.

– Pensei que voltaria a usar vestidos como as outras nortenhas.

– Com certeza uma das melhores coisas da minha vida foi ter descoberto esses trajes. – sorri, pois eu realmente estava muito satisfeita de não ter que usar mais vestidos gigantes e corsets apertados.

– Algo tão simples assim está na sua lista de melhores coisas da vida? – ele arqueou a sobrancelha.

– Sim...

Criei uma lista rapidamente em minha mente, mas em todas elas eu só conseguia listar: piores coisas, acontecimentos ruins, momentos péssimos... Me faltava o que colocar em uma lista de melhores coisas, e pensar nisso pareceu mais doloroso do que eu imaginara.

– Me diga um momento ou coisa da sua... – pedi, enquanto caminhávamos lentamente.

Com certeza ele havia muitos, como todas as vezes que conquistou um lugar, quando se tornou rei, quando foi coroado, quando teve uma ótima caça e etc.

Ele se manteve calado por um longo tempo, enquanto parecia revirar suas memórias.

– Não consigo pensar em nada.

– Está com vergonha de falar, é?!

– Eu não tenho vergonha de nada.

– Então como não há nenhum? Não foi um momento feliz quando você recebeu sua coroa? Ou quando conquistou um lugar?

– Eu nunca desejei a coroa, então não, não foi feliz. E mesmo depois de conquistar algum lugar, não há felicidade nenhuma porque alguém sempre morre no processo.

Engoli seco e me arrependi automaticamente de ter feito tal pergunta. Eu sabia o que ele era e o que todos diziam sobre ele, mas no fundo me deu um pouco de dó ao vê-lo se esforçar para pensar em algo bom. Antes que saíssemos completamente do jardim, caminhei e arranquei um cravo branco.

Ele parou e me encarou. Estendi a flor para ele, enquanto Castiel me analisava com aqueles olhos confusos.

– Cravos brancos significam boa sorte, vitória e pureza. Espero que você tenha uma longa lista de bons momentos futuramente.

Call me KingOnde histórias criam vida. Descubra agora