Call me King

68 - Cercear

MARIE POV

    O sol já tinha raiado quando eu me levantei e tomei meu banho sozinha, há um tempo pedi que todas empregadas parassem de me ajudar e se afastassem do meu quarto, eu não queria ninguém entrando por ali. Queria ser totalmente independente de novo. Eu ajeitei o meu cabelo em uma trança e agora estava vestindo a minha calça com a túnica preta e minha botas.

Era difícil acordar todos os dias e lembrar que Bulut não estava mais aqui, não só no meu quarto mas também no mundo. Ele nunca iria envelhecer e nunca se tornaria um adolescente e depois um adulto. E eu não conseguia parar de sentir a grande culpa que alimentava o meu coração sem parar.

Cada dia que passava eu me culpava mais pela morte dele, porque eu sabia que se ele tivesse continuado na rua e sem vir para o castelo, ele não teria morrido nesse assassinato de fogo. Eu sabia que se eu não tivesse mandado ele embora, ele não teria morrido também. Parecia que todos os motivos no fim apontavam para mim mesma, para o que eu não consegui fazer ou o que eu realmente fiz que foi abrir mão dele e por isso ele acabou morrendo.

Aquela culpa parecia assombrar minha alma e a minha mente, e eu não conseguia pensar em nenhuma forma para lidar com aquela dor sem ser me vingando dos que fizeram aquilo. Eu queria que eles sofressem muito mais do que serem queimados até a morte, eu queria que eles sentissem o desespero no fundo de sua alma, o desespero de notar que você é totalmente inútil, quando descobre que não existe nada que pode fazer para mudar uma situação que te aterroriza profundamente.

Fechei a túnica com seus botões e me levantei indo olhar a cidade tão distante e pequena vista da janela do meu quarto. Já fazia dias que Castiel tinha saído e desde então quando eu acordava, eu me perguntava quando ele iria voltar. Eu não entendia porque estava preocupada com isso, provavelmente era porque eu queria logo descobrir quem foram os desgraçados que haviam feito aquilo a Bulut. Eu havia prometido para mim mesma que os faria pagar bem caro por isso.

- Marie? - Victoria abriu a porta do meu quarto e já foi entrando. Eu me virei e olhei ela se aproximando de mim.

- O que houve? Você não costuma aparecer no meu quarto cedo assim. - eu falei e ela sorriu leve.

- Eu recebi algumas notícias e acho que você iria gostar de saber, mas eu também queria poder compartilhar sobre elas com você. - ela disse encerrando o sorriso leve.

- O Castiel voltou? - perguntei já imaginando que só poderia ser isso.

- Sim, ele voltou. E ele prendeu alguns dos culpados pelo incêndio.

Assim que ela disse aquilo, meu coração começou a bater disparado e eu só conseguia pensar em como precisava correr até eles e jogar todo o meu ódio neles, toda a minha vingança. Eu queria fazer eles pagar por tudo e fazer com que sofressem cada segundo da vida miserável que eles possuíam.

Fui começar a andar e Victoria colocou as mãos em meu ombro me interrompendo.

- Você não vai ir até eles porque eu sei muito bem o que você deve estar sentindo vontade de fazer. E eu entendo essa fúria que você sente agora, de verdade. Mas você precisa se controlar e pensar racionalmente agora.

- Eu não me importo com isso, Victoria. Saia da minha frente antes que eu faça você sair.

- Marie! Você precisa relaxar agora e ficar calma! O Lucian não pretende executar eles agora, e você não pode se meter nessa questão e fazer o que bem entende!

- Eu estou pouco me fodendo para o que o bosta do Lucian quer ou não quer fazer.

- Eu sei muito bem disso, por isso que vim aqui te informar sobre.