50 - Reencontros

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Já era de madrugada e a carruagem continuava em direção ao norte. Eu tinha dormido tanto que consegui repor todo sono que não tive durante dias e o fato de ter virado a madrugada anterior acordada. Morgana quis parar para que pudéssemos dormir em algum hotel, mas Castiel negou, justificante que queria chegar o mais rápido possível ao norte e se parássemos demoraríamos ainda mais.

Morgana parecia ter um sono infinito, pois assim que entramos no veículo, ela apagou e não havia acordado desde então. Bom, se tivesse acordado eu não saberia já que havia dormido bastante também.

Eu gostaria de dormir um pouco mais, porém há uma hora, Morgana me obrigou a sentar no banco ao lado de Castiel para que ela pudesse esticar as pernas e utilizar o assento da carruagem todo só para ela. E eu obedeci. Mas agora me arrependia a cada segundo.

O último diálogo de Castiel com Azra não saía da minha cabeça. Com certeza eles estavam falando sobre a pessoa que havia entrado em seu quarto e tentado matá-lo. Ele realmente iria enviar a cabeça da pessoa para o mandante de tal crime... Isso era tão horrível que eu nem gostaria de continuar imaginando.

– Você... descobriu quem enviou aquele homem? – decidi perguntar antes que eu morresse de curiosidade. Afinal, quem tem boca vai a Roma... pelo menos era o que diziam no outro mundo.

– Sim.

– E então quem foi?

Castiel virou o rosto e me encarou. Desviei o olhar rapidamente para minhas próprias mãos que estavam juntas uma na outra sobre meu colo.

– Por que quer saber?

– Por que você sempre me responde com outra pergunta? Isso é tão irritante. – suspirei exausta após ele sempre fazer o mesmo.

– Já que estamos próximos ao norte, eu lhe direi quem foi.

Arregalei os olhos e encarei ele. Não... talvez fosse... Lucian? Impossível. Ele não faria uma idiotice assim. Mas tinha o Sebastian que costumava fazer muitas idiotices... e Victoria... eu havia me esquecido de que ela ainda pretendia se vingar.

– Não foi quem você pensou ser. Você não conhece, mas foi o rei do reino Oeste.

Suspirei aliviada e então lembrei dos mapas e a história. O reino Oeste era vizinho do Norte e da corte Selvagem. Mas eu não havia lido sobre eles terem algum problema com o Sul até então.

– Achei que não havia nenhuma rivalidade entre vocês.

Afinal, por que ele estava me contando sobre seu inimigo? Será que ele era ingênuo a ponto de achar que eu não revelaria para Lucian caso o ajudasse?

– Não havia. Até descobrirmos que eles tem uma união com aquele maldito ditador do continente vizinho e pretendem nos invadir.

– Nós? Você quer dizer... o Sul e o Norte?!

– Sim. E é por isso que estamos indo para o Norte.

– Você me disse que era para celebrar o acordo de vocês.

– Claro. E também para discutir sobre a guerra eminente a nossa frente.

Meu corpo gelou. Então esse era o problema que o Norte tinha para resolver e era sobre isso a carta que eu havia lido de Lucian para Castiel. Era sobre a união deles contra um... um único reino?

– Se me permite perguntar, por que você tem interesse em ajudá-los? Pensei que seu desejo era conquistar o Norte para si.

– Por que eu não sou imbecil, Marie. Assim como eu queria conquistar o Norte por estar fraco, eles também querem. E depois de conquistarem, eles terão fácil acesso até meu território. O único modo de chegar ao Sul seria pelo Norte ou pelo reino selvagem, e obviamente não preciso dizer qual seria mais fácil.

Call me KingOnde histórias criam vida. Descubra agora