58 - Espiãs

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MARIE POV

Eu cavalgava em meu cavalo que apenas trotava lentamente pelas ruas da capital, seguindo Castiel em seu animal preto. Ambos eram rápidos e fortes para caso precisássemos fugir, apesar de que eu não imaginava que aconteceria isso. A situação era bem clara sobre o que iria acontecer se eu não convencesse aqueles civis rebeldes a desistir do que pretendiam fazer, mas eu não fazia a mínima de como fazer isso.

– É aqui. – ele parou o cavalo e desceu, amarrando a corda do cabresto no esteio de madeira. Desci do meu e tentei repetir a ação, mas Castiel notou que eu não sabia como amarrar e então tomou a corda de minha mão.

– Eles seu reúnem nessa pousada? – encarei o estabelecimento, enquanto ele amarrava o cavalo.

– Não. – ele terminou o que estava fazendo e se virou para mim – É na loja de roupas à sua frente.

– Aquela ali?

Fui virar meu rosto para a esquerda a fim de analisar o estabelecimento, mas Castiel colocou a mão em meu rosto, impedindo-me. Encarei ele confusa e ele sussurrou com um sorriso: – Tem um homem escondido na janela do segundo olhar nos analisando. Quer deixar na cara o que viemos fazer?

Apenas engoli em seco e sorri, entrando no teatro dele.

– Posso ajudá-los? – uma mulher se aproximou, com uma caixa de madeira contendo garrafas de vidro em suas mãos.

– Você trabalha aqui? – Castiel perguntou.

– Sim. Imagino que vocês gostariam de se hospedar, não é mesmo? Podem entrar e o meu pai irá entregar a chave do quarto.

– Obrigado. Vamos, querida. – Castiel me puxou pela mão.

Após passar pela recepção, subimos para nosso quarto. O lugar todo parecia meio úmido e gelado, além de escuro. Tudo parecia antigo demais e me fazia pensar em como eu havia me acostumado com o luxo do palácio real.

– Haverá uma reunião entre os rebeldes daqui algumas horas de tarde. Vamos entrar disfarçadamente, então tente não cometer nenhuma idiotice. – ele começou a amarrar o cabelo, enquanto uma peruca preta estava jogada na cama.

Cama, cujo eu não parava de encarar até agora. Afinal era de casal e não havia nem um sofá no dormitório para que eu pudesse mandar ele dormir.

– Vamos dormir aqui? – perguntei, colocando minha pequena mala de pertences no chão.

– Você já está pensando em dormir? Ande, me ajude com o cabelo.

Suspirei e mandei ele se sentar na cama, virado de costas para mim e então comecei a passar a mão por seus fios, que eram quase prateados, a fim de juntar todos em um rabo apertado.

– É comum essa cor de cabelo no sul? – perguntei, curiosa.

– Bom, comum é uma palavra forte. Mas a todas as pessoas que possuem o cabelo assim são do sul.

– Acho que você não sofrerá de cabelos brancos quando envelhecer. – ele soltou uma risadinha junto a mim, então eu peguei a peruca de cabelos escuros e comecei a posicionar em sua cabeça.

Terminei de colocar e pedi para que ele sentasse de frente a mim, assim comecei a finalizar de ajeitar os pelos escuros, enquanto ele me encarava e eu tentava não olhar em seus olhos.

– Como vamos entrar sem ser reconhecidos?

– Eu descobri a palavra chave. – ele respondeu.

– Como você descobriu isso?

– Você não vai querer saber.

Engoli em seco e imaginei que a única forma de conseguirem algo assim era se tivessem pegado algum dos integrantes dos rebeldes e feito ele contar tudo.

Call me KingOnde histórias criam vida. Descubra agora