41 - Cruel

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MARIE POV

O momento do julgamento havia chegado e todos já estavam em seus lugares. Me sentei em uma das cadeiras onde estavam outros nobres que não paravam de conversar, chocados ainda com o que estava acontecendo.

Do lado de fora do castelo, conseguia-se ouvir o som da população enfurecida gritando. Naquele ponto, toda a farsa do lorde Jones já havia sido revelada a todos. Mesmo que a rainha, o rei Lucian e todo o resto não tivessem concluído o julgamento, os civis já haviam julgado por si mesmos.

Finalmente esse homem asqueroso teria o que merecia.

Assim que a família real chegou e tomou o assento, os guardas trouxeram Lorde Jones com uma algema que prendia os pés e as mãos.

Ele se ajoelhou em frente a família real e começou a dizer mil e uma coisas sem sentido. Era incrível como ele ainda tinha a cara de pau de pedir misericórdia e negar tudo que havia feito.

Lucian levantou a mão e ele se calou. Após dizer algumas palavras oficializando o início do julgamento, algumas testemunhas começaram a ser chamadas.

A primeira foi o doutor chefe. Ele fez questão de contar toda a verdade sobre o que havia acontecido quando Lucian estava enfermo. Eu lembrava minuciosamente de tudo aquilo, foram dias longos e terríveis. Naquela época, eu jamais poderia imaginar que estaríamos no patamar atual. Sempre me senti perdida e sem saber o que fazer, com medo de tudo que aquele homem era capaz de cometer.

Após o médico dar seu testemunho, foi a vez de duas empregadas que levaram o frasco do veneno, a arma do crime. Elas afirmaram que encontraram no quarto do lorde Jones. Em seguida, um comerciante que viaja atendendo pedidos de clientes confirmou que havia vendido o veneno, porém sobre o pretexto de ser para matar pragas.

A reação do lorde Jones me parecia um tanto quanto estranha. Ele parecia extremamente furioso quando o médico testemunhou, agora ele parecia com raiva, porém surpreso e confuso.

Quem envenenaria alguém e deixaria o frasco no próprio quarto? Nem o mais burro assassino faria isso, muito menos um que já parecia experiente nisso como aquele homem.

Eu sabia que ele era o culpado, mas aquilo parecia... armado talvez?

- LUCIAN! Por favor, sobrinho! Eu te criei como um pai, sempre te vi como um filho! Você não pode acreditar nessas pessoas! Eu jamais pensaria em ferir minha própria família!! - ele subiu os 4 degraus de joelhos até o pé de Lucian e implorou.

Todos começaram a sussurrar chocados, alguns diziam não acreditar e outros olhavam para aquela cena com nojo pedindo que matassem o homem logo.

Pela janela, dava para ver a corda e o pedestal onde matariam ele. Bem em frente ao castelo, para mostrar a todos o que acontecia com quem tentasse ferir o rei.

Mesmo sabendo de tudo que ele havia feito... eu ainda não conseguia ser a favor de matar alguém.

- Cale-se. - Lucian disse e chutou ele degraus abaixo.

Engoli seco e encarei Laura que chorava em silêncio, ela mordia o lábio inferior com força, enquanto encarava os próprios pés. Já Victoria, sorria de lado desde que ele havia entrado no salão.

Eu odiava aquele homem. Com toda certeza. Talvez eu devesse rir disso também? Eu não conseguia me sentir feliz, apenas aliviada.

- Chamem a última testemunha. - Lucian disse e então um dos seus homens exclamou meu nome em alto e bom som.

- Lady Marie Brown.

Senti minha garganta secar e as mãos começaram a suar como se eu tivesse corrido uma maratona.

Call me KingOnde histórias criam vida. Descubra agora