59 - Lua e Sol

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LAURA POV

Atravessei as mesas daquela pequena loja de doces, minha capa escura que me cobria ia se arrastando pelo chão juntamente da barra do meu vestido azul escuro. Me aproximei do balcão onde o dono do local ficava, eu não sabia o nome dele até hoje e não me preocupava em saber também, era insignificante como todos ali.

– Qual doce a milady deseja? – ele perguntou com a mesma expressão falsa de sempre, como se fosse minha primeira vez indo ali.

– Kermes Vermilio. – eu respondi em sussurro, com a palavra chave que já havia aprendido e então ele assentiu com a cabeça e caminhou comigo até a despensa do fundo onde havia outros doces.

Mas não era só isso que tinha naquele local. O homem empurrou uma das prateleiras e a porta de madeira que havia atrás dali se revelou. Eu já conhecia aquele lugar e aquele caminho, então apenas girei a maçaneta e adentrei como fiz das vezes passadas. Após a porta se fechar atrás de mim, eu caminhei pelo corredor de pedra, iluminado apenas por alguns castiçais com vela na parede. Desci a escada curta e bati três vezes na porta à frente.

Meu estômago ainda se revirava toda vez que eu ia naquele lugar, provavelmente pela sensação de estar cometendo um crime e o medo de ser descoberta que poderiam me levar para a guilhotina.

– Minha doce Laura!

Ele disse, após abrir a porta e me envolver em seus braços. Aquela sensação ainda era estranha, era como se eu não tivesse mais confiança total no meu próprio pai.

– O senhor está bem? – perguntei, enquanto caminhava até a mesa única que havia no local e me sentava em uma das cadeiras com ele sentando logo a minha frente.

– Poderia estar melhor. E então? Alguma novidade do castelo para me informar?

– Não. O senhor disse que era apenas uma questão de tempo até trazer Sebastian para nosso lado e que ele pretendia se casar comigo, mas ele não parece estar se afastando da Victoria.

– Filha, isso é apenas o seu ciúmes falando mais alto! Olhe para mim! – ele segurou minhas mãos por cima da mesa e me encarou – Ele só está com aquela vadiazinha pelo nosso plano. Tudo aquilo é uma farsa, você precisa suportar isso até que consigamos finalizar nosso plano.

– Ele nem me cumprimenta! – puxei minhas mãos sob as dele e suspirei fundo.

– Ele está fazendo isso para que ela não desconfie de nada, pare de ser mimada!

– É sério isso? Estava demorando para começar a me tratar assim. – me levantei da cadeira e ele rapidamente veio me puxar para um abraço.

– Me perdoe, querida. Seu pai só está estressado com tantas coisas para resolver. Mas não se preocupe, se tudo der certo... você logo, logo poderá ficar com o Sebastian. E quem não sabe vocês governem juntos como rei e rainha? – ele passou a mão em meu rosto e eu sorri ao ouvir aquilo.

– Achei que você queria ficar no trono...

– Bom, no início sim. Mas seu pai já está velho e você é minha filha. Não existe ninguém melhor do que você para ser rainha. – ele sorriu e eu abracei ele forte.

– Fico tão feliz por saber que você está vivo, papai. Eu achei que estava sozinha depois de tudo aquilo que Lucian fez a você.

– Não se preocupe, querida. Jamais irei te abandonar. Desde que você faça tudo que te peço para conseguirmos viver como uma família juntos, certo?

– Claro, eu irei fazer. Já te prometi.

– Muito bem. – ele sorriu e beijou minha testa. Em seguida, caminhou até a mesa se sentando e servindo um chá para nós dois. O segui e me sentei também.

Call me KingOnde histórias criam vida. Descubra agora