63 - Morte e Vingança

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MARIE POV

Eu acertava o soldado falso para treinamento com minha adaga, uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes. E voltava a fazer novamente o mesmo golpe múltiplo. Talvez eu visse a Laura ali, ou talvez o Lucian, talvez Sebastian que era alguém podre que tentou matar o próprio irmão, mas agora eu odiava tanto Lucian que aquela informação era simplesmente indiferente para mim. Teria sido muito melhor se ele tivesse ficado em coma para sempre.

Eu perdi dias e noites da minha vida, durante meses, para conseguir acordá-lo. Tudo isso para sofrer como uma imbecil a sua espera, como se ele fosse recuperar as memórias que provavelmente já havia sido recuperadas. Eu o odiava. Profundamente. Como nunca havia odiado alguém.

Soltei um grito forte e o soldado caiu ao chão, em farrapos, após eu nocautear ele tantas vezes seguidas.

– Ora ora, parece que o treinamento que Castiel e Ezra te deram realmente teve efeito. – Morgana entrou no salão de treinamento e me encarou ofegante com as adagas em cada mão.

Apenas encarei ela e me mantive em silêncio.

– A cada dia que passa vejo menos a Marie do início em você. Está saindo do casulo finalmente, não é mesmo?

– O que você quer, afinal?

– Que você se acalme para a notícia que irá receber.

Senti um arrepio de cima a baixo por todo meu corpo. Guardei as adagas e a olhei.

– Castiel está bem? – perguntei com medo da resposta.

Ela me olhou surpresa e notei a linha de sua boca se levantar.

– Então essa foi a primeira coisa que veio a sua mente?

– Fale logo!

– O seu rei irá te dizer. Ele te aguarda no escritório real.

– Desde quando você é alguém que fica dando recadinhos por ele?

– Apenas vá, garota. Será melhor você saber por ele.

Bufei fundo e saí em direção ao escritório de Lucian. Ele era a última pessoa que eu gostaria de ver hoje, se eu não fosse controlada, poderia facilmente socá-lo até seu último suspiro.

Ignorei os dois guardas na frente da porta e apenas empurrei ela com força, grosseiramente. Lucian me encarou com os olhos arregalados, assim como Sebastian e Jake que também estavam na sala. Logo, notei que o conselheiro Harry também estava.

– Interrompi a reunião de vocês? – perguntei com desdém e notei Lucian levantar a mão para os soldados que já ameaçavam me puxar para fora da sala.

Eles assentiram e fecharam a porta do escritório comigo lá dentro.

– Qual é a notícia? Vai arrumar um matrimônio para mim assim como está fazendo com todo mundo que vive nesse castelo? Ah, é mesmo. Você não pode, né. Será por que?

Jake e Sebastian se entreolharam com tristeza nos olhos, enquanto Harry continuava escrevendo alguma espécie de pergaminho em uma nova mesa secundária que havia no escritório.

– Não, não é sobre isso. Poderia se sentar, por favor?

Eu não consigo me recordar da última vez que Lucian havia dito "por favor", se é que ele havia pronunciado alguma vez.

– Não. Estou muito bem em pé. – cruzei os braços e o encarei.

– Acho melhor vocês nos deixarem sozinhos. – Lucian olhou para os três e eles foram saindo um por um, com exceção de Jake que passou a mão na minha cabeça antes de ir.

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