Call me King

34 - A Santa

MARIE POV

Uma semana já havia se passado desde que Lucian foi envenenado. Eu passava os dias e as noites, estudando e pesquisando em livros sobre venenos, mas nada estava fazendo-o melhorar. O doutor John, médico chefe, ainda não havia exposto que o rei tinha sido envenenado, e ele continuava sem achar uma forma de salvá-lo também.

Eu raramente conseguia ver o Lucian, pois ou ele estava sendo examinado ou estava desacordado. E a cada momento que eu o via, seu estado era pior. Ele mal tinha forças para terminar uma única palavra da última vez que o vi.

Por outro lado, a tia de Lola estava praticamente curada e vários médicos começaram a reproduzir em grande escala o remédio que eu havia produzido, com minha ajuda, e eu tive a oportunidade instruí-los e ajudar os pacientes na quarentena. Harry e Jake não duvidavam mais de mim, já que há alguns dias atrás eles tiveram a prova de que os pacientes da quarentena que haviam sido medicados, com meu remédio, estavam fortes e melhorando rapidamente.

Apesar de sabermos agora como salvar as pessoas doentes, o reino continuava um caos. Cada vez mais a violência aumentava e outras quarentenas tiveram que ser criadas pela alta quantidade de pacientes.

As pessoas não iam mais trabalhar e nem saíam na rua com medo de serem infectadas. As poucas que saíam era para saquear algum comércio, protestar contra o governo ou então ficar clamando pela retirada da coroa de Lucian, já que isso era Deus castigando-nos por um erro dele.

Ninguém do reino sabia do estado de Lucian, além daqueles no castelo. Enquanto Lucian estava indisposto, a Rainha Clara e o conselheiro Harry assumiam as rédeas, com a ajuda de Sebastian. A pena para quem contasse sobre o estado de Lucian era a morte.

Muitos no castelo ainda achavam que o rei estava doente pela praga e iria morrer em breve, mas eu sabia muito bem que não era esse o motivo da doença dele. Meus olhos viviam inchados de chorar e fundos por não conseguir dormir.

Todos os dias eu acordava em desespero e corria até o seu quarto, para ter certeza de que ele ainda estava vivo. Eu mal conseguia dormir, pois só conseguia pensar que talvez eu acordasse e ele não estaria mais aqui, ou então que eu poderia estar usando aquele tempo para encontrar uma cura para Lucian.

Mesmo sabendo que hoje seria o dia que a rainha iria anunciar para todos que a praga, que era a gripe, estava controlada e havíamos encontrado uma cura, eu ainda não conseguia ficar feliz. O reino se acalmaria finalmente e muitas vidas seriam salvas, mas Lucian continuaria lá naquela cama.

Olhar para aquelas estantes da biblioteca, me fazia lembrar do primeiro contato que tive com Lucian, após conhecê-lo no salão do trono.

Como sempre, eu era totalmente desastrada. E enquanto procurava por algo, fui pega no flagra por ele. Eu conseguia me lembrar perfeitamente da sensação. Meu coração estava a mil naquela hora em que me virei e dei de cara com seus olhos nublados. Todas aquelas memórias me deixavam nostálgica.

Eu nunca imaginaria que poderia sentir algo tão especial e único por ele. Será que foi amor à primeira vista? Eu não conseguia pensar no momento exato em que comecei a desenvolver um sentimento por ele, ou o momento exato em que desejei estar com ele pelo resto da vida. Quando foi a primeira vez que meu coração tropeçou na razão e bateu apaixonado por ele?

Bom... eram respostas que eu não sabia.

Era insano pensar que éramos destinados um ao outro. Afinal, eu vim de outro tempo-espaço para me apaixonar por ele. Será esse o motivo de eu ter vindo parar aqui? O motivo seria o nosso amor? Que era tão grande e forte, que mesmo sem nem sabermos da sua existência, ainda, ele foi capaz de nos juntar, independente de qualquer lei do universo que julgasse algo impossível ou não.