Nada além da verdade

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                         Katrina/06

Acordei cedo e decidi ir logo para casa, eu e meu namorado tivemos uma briguinha então não tinha motivos pra continuar lá.

Entrei no carro e começei a dirigir, faltava poucos metros pra chegar e recebi uma ligação da minha tia.

Ligação on.

-Oi tia, tá tudo bem?

Luana: -Tá sim meu anjo, só liguei pra avisar que nós achamos.

- COMO ASSIM ACHARAM?

Luana: -É, só avisei porque sei que você se importa muito com ela, como ela está?

- Eu tô indo pra casa agora, quando eu ver ela eu te mando mensagem.

Luana: -Tudo bem Katrina, estamos indo para casa, devemos chegar um pouco depois do almoço. A dona Ana deve chegar daqui a pouco.

-Tudo bem tia, beijinhos.

Ligação off.

Em uns 3 minutos cheguei em casa e estranhei o fato de não ter ninguém no quarto da Blayr, ela não costuma sair de lá, quando ela não está no quarto está na bliblioteca e não a achei em nenhum dos dois.
Parei no meio de um dos corredores pensando em onde ela poderia estrar quando ouvi um choro meio abafado vindo da lavanderia.
Saí cautelosamente até lá e me assustei com a imagem que vi.
Minha prima estava sentada no chão abraçada aos joelhos chorando compulsivamente, seu vestido estava rasgado e sujo de algo que parecia fuligem, seu cabelo estava bagunçado e a Pink, nossa cachorrinha tentava faze-la parar de chorar encostando seu fucinho nela. Ver ela daquele jeito fez meu coração quebrar, eu queria matar a pessoa que a fez ficar assim.

Cheguei perto dela com cautela e a abracei sentando no chão ao seu lado, ela se assustou por um segundo mas continuou ali, ficamos naquele chão frio abraçadas em completo silêncio até que as lágrimas dela aos poucos foram cessando, apertei a mão dela que estava entrelaçada a minha como um incentivo dela me falar o que houve. Passou-se alguns segundos e ouvi sua voz baixa e abafada por estar com a cabeça no meu peito, me forcei a entender mas nada, até que ela falou mais alto:

Blayr: -Eu só quero que me ouça até o fim e que não me ache uma louca.

Suas palavras me deram um tapa de realidade, eu sabia bem do que se tratava, nós não tínhamos mais tempo... ela tinha se transformado!

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Com muito custo consegui faze-la falar só depois de tomar um banho, com a desculpa que "ela podia ficar reesfriada por conta da baixa temperatura da lavanderia" mesmo sabendo que seres sobrenaturais não ficam doentes, quando na verdade eu estava em pânico e precisava arrumar um jeito de avisar meus tios, eles precisavam chegar o mais rápido possível!

20 minutos se passaram e eu já avisei aos meus tios que por sorte já tinham terminado lá e abriram um portal e vieram para cá em um estalar de dedos. Eu sabia que ela queria falar só comigo mas eu precisava deles, eu não saberia o que fazer.

Blayr saiu do banheiro ainda meio encolhida com um conjunto de moletom, seu cabelo estava úmido mas ela não parecia com vontade para secar.
Ela veio até mim e senti o colchão se afundar do meu lado, me virei para ela e foi aí que vi... ela estava com o colar de Lilith... nós estávamos fudidos, completamente fudidos.

Não temos mais saída além da verdade, e o pior disso é que a mais pura verdade pareçe uma completa mentira.

A última filha de LilithOnde histórias criam vida. Descubra agora