O livro antigo

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                          Blayr/07

Enquanto eu chorava por me sentir uma burra na lavanderia senti mãos me abraçando suavemente e poucos segundos depois me dei conta que era Katrina pelos anéis, ficamos lá um bom tempo até que eu me acalmasse e então ela me convenceu a tomar um banho quente e só então eu contar o que tinha acontecido pra me deixar daquela forma e assim aconteceu.

Saí do banheiro ainda um pouco assustada, então preferi usar um moletom rosa bebê para me sentir confortável, penteei o meu cabelo molhado mesmo, eu preciso conversar sobre o que houve e não vou esperar nem mais um segundo.
Fui andando em direção à cama e sentei próximo da minha prima, nos entre olhamos e quando eu ia começar a falar meus pais entram no meu quarto afobados me dando parabéns, me dando abraços e me enchendo de perguntas de como havia sido a festa, tentei pareçer forte mas assim que tentei formular uma frase senti meus olhos se enchendo de água novamente, vários flashes do final da festa e de hoje de manhã inundaram minha cabeça e eu não conseguia parar.

Depois de uns 5 minutos me recompus e olhei de solsalio para meus pais que me olhavam com um misto de preocupação e culpa, senti minha prima passar as mãos pelas minhas longas mechas negras e pedi para que eles me esperassem na bliblioteca. Minha mãe relutou um pouco mas cedeu quando viu que não tinha escolha.

Assim que eles saíram me olhei no espelho, encarei meu rosto percebendo meus olhos enchados e meu rosto pálido, então me obriguei a dar um jeito naquilo tudo, odeio me ver vulnerável e hoje não é uma escessão. Enquanto passava algumas camadas de corretivo nas minhas olheiras fiquei pensando no que ia dizer, eles certamente me achariam maluca mas eu precisava dizer... mesmo que isso talvez significasse ir presa ou parar em um manicômio, e não os julgo se fizerem, até eu me internaria se ouvisse o que eu tenho para falar.

Soltei o tubo de base decidida a falar tudo o que houve, desde o roubo do cordão até eu ter matado meu ex namorado e ele ter virado pó magicamente. Andei em passos firmes até a bliblioteca segurando a pedra do colar em meu pescoço com os dedos, não sabia o que minha mãe faria se soubesse que ele está comigo mas levando em conta que estaria no lixo se não fosse por mim eu não irei abrir mão dele.

Parei na frente da grande porta de mógno ainda com a cabeça à todo vapor, a balancei frenéticamente para espantar os meus pensamentos e girei a maçaneta, assim que entrei senti os olhares me secando, mas logo percebi que não era para mim que eles olhavam, e sim para o colar. Minha mãe olhava aterrorizada, meu pai um pouco sem expressão e minha prima estava com as sombrancelhas arqueadas em tom de deboche e alternava o olhar do colar para minha mãe como se quisesse provar que estava certa.

Depois de longos segundos de grandes encaradas minha mãe dá um longo suspiro se sentando em uma das poltronas.

Luana: -Filha, onde encontrou esse amuleto?- disse vizivelmente tentando controlar a curiosidade.

-Eu sei que o colar era seu, mãe, mas eu o peguei do lixo quando tinha 7 anos, eu vi quando o jogou fora e tenho guardado desde então, ele ficou muito tempo guardado e eu não lembrava dele até poucos dias atrás até ve-lo em um sonho e...

Mohamed: -Sonho? Que tipo de sonho?- disse me cortando e me encarando como se tentasse descobrir do que eu falava.

Luana: -Acabou mohã, nós não temos mais por que mentir e ela já tem o direito de saber, nós não podemos mais fingir que nada aconteçeu... -minha mãe disse rápido não me dando tempi de responder, ela estava de cabeça baixa e com a voz embargada.

-Que mentira? Do que vocês estão falando? Por favor não mintam pra mim. O que eu tenho direito de saber?

Meu pai respirou fundo se levantando da poltrona e me olhando nos olhos, ainda em silêncio se afastou um pouco e pegou um livro de capa preta com detalhes dourados aparentemente antigo, suas páginas eram amareladas, e ele era visivelmenge pesado. Eu vivia naquela bliblioteca, sabia todos os livros que tinham ali de cór, e eu nunca tinha o visto antes.
Meu pai o colocou na mesa com cuidado e minha mãe ficou de pé ao seu lado me olhando no fundo dos olhos com um semblante de culpa.

-O que vocês tem para falar que mereçe toda essa enrolação?- Disse já irritada com a demora para receber uma resposta.

Luana: - A verdade é que você é a última filha de Lilith.

A última filha de LilithOnde histórias criam vida. Descubra agora