"É tão natural destruir o que não se pode possuir, negar o que não se compreende, insultar o que se inveja."
Honoré de Balzac
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Dois dias depois, estou correndo para as estufas com uma Harriet extremamente empolgada atrás de mim. Ela não para de falar do tal baile, ela e a escola toda, na verdade. Todo mundo está obcecado com esse maldito evento.
Eu só quero que isso acabe logo.
Ao chegarmos no interior da estufa, o Sr. Longbottom já está cercado por alunos de todas as casas. Outra novidade da semana, nossas aulas têm sido conjuntas, porque supostamente essas aulas especiais interessam a todos. Supostamente.
— Como todos os outros professores têm feito em suas aulas, eu também preparei algo especial para vocês hoje. – o Sr. Longbottom anuncia.
Há um falatório interminável.
As aulas de Herbologia costumam ser muito animadas, mas hoje está beirando ao enervante.
— Mas eu preciso que vocês colaborem... – pede ele, a voz um pouco mais elevada que o normal.
As conversas diminuem consideravelmente. Mas ainda há resquícios de cochichos.
— Bem melhor assim. – retoma ele, com um sorriso bem humorado – Bom, quero mostrar a vocês o feitiço Orchideous, cuja função é conjurar um belo ramo de flores.
Ok, tenho que admitir que esse é um feitiço bacana. Não muito usual, mas legal.
— É um feitiço bastante simples, mas que pode ser muito útil em momentos como o Dia dos Namorados. – continua, erguendo a varinha – Vou demonstrar.
Longbottom desenha um círculo no ar, projetando um lampejo contra um vaso que estava sobre a mesa, em seguida, um lindo ramo florido surge sobre ele.
— Viram? Fácil. Vocês só tem que fazer o movimento correto e pensar na flor que querem produzir. – ele afirma – Podem praticar.
Lampejos cruzam a estufa por todos os lados. De repente todo o lugar está florido, flores de todos os tipos e cores.
É um lindo espetáculo.
Ao meu lado Liv produz lírios azuis belíssimos, enquanto Harriet conjura lindas margaridas.
O Sr. Longbottom caminha entre nós dizendo coisas como "ótimo!", "é isso!" e "só um pouquinho mais de concentração".
Giro minha varinha e várias rosas amarelas surgem no vaso à minha frente.
Sinto um nó na garganta.
As rosas eram as preferidas de Rosie. Ela nunca me deixava cuidar delas porque dizia que eram responsabilidade dela. Ela sempre amou amarelo. "É a cor da alegria", ela dizia. Ela era tão doce, tão sobejamente doce...
— Isso! Muito bem, Srta. Bard! – exclama Longbottom, aparecendo do meu lado.
Dou um sorriso fraco.
— Poderia ajudar o Sr. Macmillan? – ele pergunta.
Então percebo que está falando comigo.
— Hã...? Eu?
— Sim, acho que ele está tendo dificuldades... – ele observa e então completa, parecendo realmente preocupado – Vou auxiliar a Srta. Bennett, antes que ela acabe conjurando um bando de lagartas de fogo...
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O abismo que há entre nós
FanficTalento natural, notas altas e um distintivo de monitor. Isso é tudo o que as pessoas veem ao olhar para a lufana Alissa Bard. Ela, no entanto, sabe muito bem que não é assim tão perfeita, e sua vida, muito menos. Alis pensa demais, sempre fora assi...