17. Está me convidando?

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"É tão natural destruir o que não se pode possuir, negar o que não se compreende, insultar o que se inveja."

Honoré de Balzac

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Dois dias depois, estou correndo para as estufas com uma Harriet extremamente empolgada atrás de mim. Ela não para de falar do tal baile, ela e a escola toda, na verdade. Todo mundo está obcecado com esse maldito evento.

Eu só quero que isso acabe logo.

Ao chegarmos no interior da estufa, o Sr. Longbottom já está cercado por alunos de todas as casas. Outra novidade da semana, nossas aulas têm sido conjuntas, porque supostamente essas aulas especiais interessam a todos. Supostamente.

— Como todos os outros professores têm feito em suas aulas, eu também preparei algo especial para vocês hoje. – o Sr. Longbottom anuncia.

Há um falatório interminável.

As aulas de Herbologia costumam ser muito animadas, mas hoje está beirando ao enervante.

— Mas eu preciso que vocês colaborem... – pede ele, a voz um pouco mais elevada que o normal.

As conversas diminuem consideravelmente. Mas ainda há resquícios de cochichos.

— Bem melhor assim. – retoma ele, com um sorriso bem humorado – Bom, quero mostrar a vocês o feitiço Orchideous, cuja função é conjurar um belo ramo de flores.

Ok, tenho que admitir que esse é um feitiço bacana. Não muito usual, mas legal.

— É um feitiço bastante simples, mas que pode ser muito útil em momentos como o Dia dos Namorados. – continua, erguendo a varinha – Vou demonstrar.

Longbottom desenha um círculo no ar, projetando um lampejo contra um vaso que estava sobre a mesa, em seguida, um lindo ramo florido surge sobre ele.

— Viram? Fácil. Vocês só tem que fazer o movimento correto e pensar na flor que querem produzir. – ele afirma – Podem praticar.

Lampejos cruzam a estufa por todos os lados. De repente todo o lugar está florido, flores de todos os tipos e cores.

É um lindo espetáculo.

Ao meu lado Liv produz lírios azuis belíssimos, enquanto Harriet conjura lindas margaridas.

O Sr. Longbottom caminha entre nós dizendo coisas como "ótimo!", "é isso!" e "só um pouquinho mais de concentração".

Giro minha varinha e várias rosas amarelas surgem no vaso à minha frente.

Sinto um nó na garganta.

As rosas eram as preferidas de Rosie. Ela nunca me deixava cuidar delas porque dizia que eram responsabilidade dela. Ela sempre amou amarelo. a cor da alegria", ela dizia. Ela era tão doce, tão sobejamente doce...

— Isso! Muito bem, Srta. Bard! – exclama Longbottom, aparecendo do meu lado.

Dou um sorriso fraco.

— Poderia ajudar o Sr. Macmillan? – ele pergunta.

Então percebo que está falando comigo.

— Hã...? Eu?

— Sim, acho que ele está tendo dificuldades... – ele observa e então completa, parecendo realmente preocupado – Vou auxiliar a Srta. Bennett, antes que ela acabe conjurando um bando de lagartas de fogo...

O abismo que há entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora