13. Pegos no flagra

114 11 9
                                    

"E, não importa onde a gente esteja,
ou que horas sejam,
o mundo está no escuro
e nós somos duas luzes piscando.
Na mesma sintonia." 

Taylor Jenkins Reid  

・:✧∙✦∙✧:・

Uma semana depois, eu terminantemente decidi não levar mais a sério nada do que Tessa diz. Funcionou, ela parou de me importunar assim que parei de prestar atenção.

Estou a caminho da estufa, porque preciso começar o trabalho de Herbologia que o Sr. Longbottom passou na semana passada.

Temos que cultivar duas espécies de planta e catalogar todo o processo. O Prof. Longbottom sorteou as duplas, porque segundo ele "esse também é um exercício de convivência, é importante sair da zona de conforto, fazer novas amizades". Todo mundo adora o Sr. Longbottom, mas dessa vez ninguém ficou muito feliz. Eu até que tive sorte, saí com o Potter, quer dizer, podia ser bem pior... tipo, o Carrow, a Elliot ou... o Macmillan. Merlin, não quero nem pensar nisso...

— Caramba, achei que não viesse mais! – James exclama, num tom irritado.

Será que estou tão atrasada assim? É estranho, porque eu jurava que estava até adiantada...

— Desculpa. – digo, meio sem graça.

Ele ri.

— Que foi? – indago, mas logo minha ficha cai – Eu não estou atrasada, né?

— Não. – ele ri um pouco mais – Eu só queria ver a sua cara.

Reviro os olhos. Mas sinto um sorriso se formar nos meus lábios.

— É melhor começarmos logo. – digo, pegando um par de luvas de jardinagem.

— Qual o propósito desse trabalho mesmo? – ele pergunta, colocando as próprias luvas.

— Não prestou atenção em nada do que o Sr. Longbottom disse durante a aula?

— Digamos que eu estava distraído. – ele responde, com um sorriso de canto.

— Vulgo planejando alguma coisa ligeiramente subversiva e definitivamente contra as regras.

— Falando assim parece realmente ruim... – diz pensativo – E absolutamente divertido!

— Acho que temos conceitos bem diferentes do que é diversão...

— Será mesmo? – pergunta, erguendo uma sobrancelha.

Dou de ombros.

— Eu cuido do botão-de-prata e você da descurainia. – oriento, porque ele não parece muito animado para começar – E não esquece de anotar tudo.

— Sério? Botão-de-prata e descurainia? Não tinha nada mais legal não?

— Tipo um salgueiro lutador ou um gerânio dentado? – indago, sarcástica.

— Tinha pensado num visgo do diabo... – ele responde, sério – Mas esses servem.

— Você é maluco. – concluo, balançando a cabeça.

Passamos os próximos minutos preparando e adubando a terra para o plantio das sementes. James não é tão habilidoso em Herbologia quanto é em Feitiços, então demoramos mais do que deveríamos no preparo da terra.

— Você é mesmo boa nisso. – ele comenta de repente.

— As plantas me tranquilizam. – conto enquanto adiciono um pouco de adubo no vaso – Eu adorava cuidar do jardim de casa quando era pequena...

O abismo que há entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora