"Para pequenas criaturas como nós,
a vastidão só é suportável
através do amor."Carl Sagan
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— O que estamos fazendo? – pergunto enquanto avançamos pelo corredor em ruínas.
Luke apenas sorri e continua me puxando pela mão.
Viramos mais três corredores antes que ele solte minha mão e se aproxime de uma parede de pedra.
Olho ao redor, franzindo a testa.
Não há nada além de um tocheiro apagado e algumas rachaduras cobertas por vinhas na parede.
Ele me trouxe até aqui para me mostrar uma... parede?
Estou prestes a questionar, mas vejo que está afastando algumas vinhas da parede.
Ele bate duas vezes na pedra, então puxa o tocheiro para baixo. De início, nada acontece. Mas então uma pequena abertura aparece na parede, e começa a se expandir numa passagem estreita, em forma de arco, revelando uma espécie de pequeno jardim do outro lado.
Luke empurra uma folhagem para o lado e entra no jardim. Eu o sigo.
Assim que passo pelo arco, um cheiro suave me atinge. Terra. Noite. Coisas crescendo. Verde. Flores se abrindo. Vida.
A parede se fecha atrás de nós.
Luke continua andando, como se soubesse exatamente aonde quer me levar.
Eu esperava algo menor, mas conforme avançamos, noto que é na verdade um enorme recinto de pedra, revestido por árvores e arbustos floridos. As últimas flores de primavera. Logo virá o calor do verão, esmagando todas as folhas e murchando todas as flores. Mas por enquanto, tudo é um tumulto de cores: verde, vermelho, azul, rosa, amarelo, roxo, laranja... flores derramando para baixo e para o lado, pólen adocicando o ar, luar banhando tudo. Há alguns bancos espalhados sob as árvores e uma pequena fonte num canto, mas parece estar seca. Plantas crescem através da pedra antiga e é como se eu estivesse dentro de uma pintura de Monet.
— Uau.
— É bonito, né?
— É fantástico. – respondo, ainda olhando em volta – Como encontrou esse lugar?
Ele encolhe os ombros e se senta, ao lado de um arbusto pontilhado por botões de flores fechados.
— Foi por acaso. – ele não se aprofunda, como se não valesse a pena – Gosto de vir aqui às vezes... pra pensar.
Tenho inúmeras perguntas sobre "por acaso", mas as guardo para mim mesma. Não quero estragar o momento e... o fato de estar me contando isso já é mais do que eu poderia pedir.
— Então é tipo... o seu lugar secreto.
Ele dá um meio sorriso.
— Algo assim.
Ele tira um saco do bolso da jaqueta, de onde pega um guardanapo embrulhado em um pacote e me oferece.
— Experimente um.
— O que é?
— Minha especialidade.
Pego o guardanapo com um sorriso e me sento diante dele, ajeitando a saia enquanto cruzo as pernas sobre o chão frio.
É um sanduíche de pasta de amendoim comum, mas salpicado por cacau e granola em vez de geleia.
— Nada mal. – digo, em meio a mordidas.
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O abismo que há entre nós
FanficTalento natural, notas altas e um distintivo de monitor. Isso é tudo o que as pessoas veem ao olhar para a lufana Alissa Bard. Ela, no entanto, sabe muito bem que não é assim tão perfeita, e sua vida, muito menos. Alis pensa demais, sempre fora assi...