32. O acordo

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"Do amanhecer ao anoitecer."

V. E. Schwab

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— Então vocês invadiram a Seção Reservada, roubaram um livro proibido, saíram do castelo no meio da madrugada, entraram na Floresta Proibida, acharam uma Cripta Maldita e lutaram contra uma criatura mortífera? – diz McGonagall, erguendo a sobrancelha – Tudo isso... sozinhas?

Olho para minhas amigas em busca de apoio, mas elas parecem ocupadas demais encarando o chão.

— Teve também as estátuas de pedra gigantes... – lembra Claire.

— Claire! – dizemos, quase em uníssono.

— Foi mal... – desculpa-se ela.

— Bem... a gente devolveu o livro. – arrisca Tessa.

— As senhoritas estão cientes do quão irresponsáveis e imprudentes foram? – McGonagall indaga, muito séria.

Assentimos, num misto de vergonha e arrependimento.

— Neste exato momento vocês poderiam estar todas mortas, tem noção disso? – continua ela, repreensiva.

— Sim, diretora, nós sabemos... não vai se repetir. – promete Naomi.

— Não, não vai.

Meu sangue congela nas veias.

— A senhora vai nos expulsar? – pergunto, sem conseguir me conter.

— Não.

O ar volta aos meus pulmões e só então eu percebo que estava prendendo a respiração.

— Faremos um acordo. – ela declara, pondo as mãos sobre a mesa – Vocês vão ajudar a Madame Pince na biblioteca, desempoeirando e reorganizando as estantes.

— Argh, não aguento mais a detenção... – resmunga Liv.

— Eu ainda não terminei, Srta. Carter. – adverte McGonagall – Vão prometer não contar a ninguém sobre o que aconteceu essa noite.

— Por quê? – questiona Tessa, com uma expressão confusa.

— Pra que ninguém resolva fazer algo parecido outra vez. – concluo.

McGonagall meneia a cabeça em confirmação.

— Mas Lauren está na enfermaria. – observa Harriet – Todo mundo vai querer saber o que aconteceu.

— E vocês dirão que a Srta. Moore sofreu um acidente durante um treino de quadribol. – explica McGonagall.

— Mas ela nem joga. – aponta Claire.

— Digam que ela pretendia se tornar jogadora na próxima temporada. – McGonagall orienta – Pedirei ao time da Sonserina para confirmar essa versão, caso alguém pergunte.

— E quanto ao "não contar pra ninguém"? – indaga Tessa, num tom que diz que não está nada feliz em ter que depender da turminha do Macmillan.

— Não temos como sustentar essa história sem a ajuda deles. – digo, sem me dar ao trabalho de disfarçar meu desgosto também.

McGonagall assente novamente.

— E o livro? – lembra Naomi.

— Eu mesma tratarei de guardá-lo em segurança. – declara McGonagall.

— Certo, agora a gente pode ir tomar um banho? – Emma indaga, ansiosa – Já está quase na hora do café...

— Tem mais uma coisa. – McGonagall a interrompe.

O abismo que há entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora