"Amor é fogo que arde sem se ver"
Luís de Camões
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É sábado à tarde e estou sentada na biblioteca pesquisando mais sobre os botões-de-prata. Claire, Naomi e Liv foram assistir aos treinos de quadribol. Liv demonstrou um súbito interesse por quadribol na última semana, achei estranho, mas há tantas coisas sobre ela que eu não entendo mais que deixei para lá. Harriet está em algum lugar com Emma, e Tessa está com Steve, claro.
Estou anotando uma informação importante quando alguém joga algo na mesa.
Um blusão cinza.
Levo um susto.
Macmillan se senta na cadeira à minha frente. Com aquele sorriso atrevido pregado no rosto.
Abaixo o livro e passo a encará-lo.
— Olá, Bard! – ele cumprimenta, ainda sorrindo.
— O que quer? – pergunto, sem rodeios.
— Calma, Bard... – diz, abrindo um livro que eu havia cuidadosamente selecionado – Só vim estudar e quem sabe... falar com você.
É óbvio que não veio aqui estudar.
Ele se encosta na cadeira, de um jeito demasiadamente relaxado.
— Estou esperando alguém. – digo, apontando para sua cadeira.
— Já te disse que é uma péssima mentirosa?
— Não lembro de alguma vez já ter lhe perguntado. – rebato.
— Esse tom afrontoso não combina com você, Bard...
— Ah, é mesmo? Essa é realmente uma informação formidável. – digo o mais ironicamente que consigo.
Ele dá uma risadinha.
— Sabe, você é bastante venenosa pra uma lufana. – ele nota.
Não respondo. Volto os olhos para o livro e o ignoro.
Então ele começa a ler em voz alta e se mover ruidosamente na cadeira a cada dois segundos.
Leio e releio o parágrafo repetidamente, porque só consigo prestar atenção na voz irritante do Macmillan.
Eu quase consigo sentir meu sangue fervendo nas veias.
Cinco minutos mais tarde ele já está cantarolando e batendo os dedos ritmicamente na mesa.
Meu Merlin, que ódio!
Tento me controlar, mas é impossível.
— DÁ PRA FICAR QUIETO?! – berro.
Isso faz todos olharem na nossa direção.
— Silêncio, Srta. Bard! – ordena Madame Pince, claramente aborrecida.
— Desculpe, Madame Pince.
Macmillan me olha sorridente. O que só me deixa mais irritada.
— Sabe, ficar tão estressada não faz bem, Bard... – provoca ele.
— Vou te mostrar algo que não faz nada bem, se continuar me enchendo! – ameaço.
— Ui, quase fiquei com medo agora. – ele ri.
Fecho a cara, só Merlin sabe o quanto quero azará-lo.
— Diz logo o que quer, Macmillan!
Ele sorri, fecha o livro e me observa com aquele olhar de "venci".
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O abismo que há entre nós
Fiksi PenggemarTalento natural, notas altas e um distintivo de monitor. Isso é tudo o que as pessoas veem ao olhar para a lufana Alissa Bard. Ela, no entanto, sabe muito bem que não é assim tão perfeita, e sua vida, muito menos. Alis pensa demais, sempre fora assi...