Capítulo 9

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Luma Panazzolo

As palavras de Paolo não saia da minha cabeça, estava me martirizando ter o pensamento de que esse casamento aconteceria rápido, estava morrendo de medo. Se não tivesse enfrentado ele, teria mais tempo para arrumar um jeito de fugir desse casamento, onde já se viu, casamento arranjado? Não que seja tão horrível assim, mas seria bom se fosse igual a livros bons de romance. Mas casar com um mafioso era a pior coisa do mundo. Ou até mesmo do universo.

- Graças a Deus você está bem.- disse minha mãe me abraçando.

- Ele só mandou um trator passar por cima do meu corpo sem esmagar minha cabeça, e sem deixar marcas. Apenas isso. Como se eu fosse cascas de ovos delicadas.- disse sarcástica assim que avistei meu avô.- E com você não quero uma palavra sequer, saia da minha casa.- disse apontando em sua direção.

- Anda com a língua muito solta, mocinha.

- Ando sim, algum problema?

- Insolente, agora quer me enfrentar?!

- Já chega os dois!- disse minha mãe entrando no meio.

- Fora da minha casa ou eu mando te botarem para fora! Você não é mais bem vindo aqui na minha presença, então saia.

- Você não tem metade da educação que sua prima tem, ela sempre foi melhor que você em...

- Foda-se você e a Martina, não quero saber de nada de vocês dois!

- Sua mal criada.- disse erguendo a mão.

- Vai mesmo querer arriscar a fazer isso comigo? Você, melhor do que ninguém sabe muito bem do que Paolo é capaz, ele disse que eu poderia denunciá-lo para ele.- digo mentindo, mas mantendo minha voz firme.

- Ótimo, como eu imaginei. Agora saia daqui e não volte mais em minha presença, e nunca mais ouse ameaçar a mim e a minha mãe!

Meu avô saiu bufando e soltando fogo pelas ventas, com certeza se ele podesse teria quebrado tudo aqui, mas agora ele entende que como escolhida do doido e do clã, eu tô no poder acima dele e de qualquer um aqui.

- Nossa... O que foi isso? Não me lembro de você ser assim.

- Muita coisa mudou enquanto estive fora, assim como a senhora disse. Não quero que Daire sofra o tanto que estou sofrendo mãe. Tenho medo das artimanhas do meu avô, e o que pode causar a Daire. Ela tem apenas quinze anos...

- O mundo onde a gente infelizmente nascemos, nós não temos como opinar.

Sai da cozinha com meu corpo tremendo tentando segurar o choro indo para meu quarto arrumar as minhas coisas como o doido mandou, não sei quanto tempo levaria ou quando teria que voltar para aquele inferno, mas faria o mais rápido possível.


Assim que terminei de arrumar minhas coisas, comecei a descer para deixar na garagem. Já estava um pouco tarde, hoje ainda iria visitar a nonna e sairia para encontrar a Andréa, soube que desde ontem não estava tendo mais toque de recolher, então estava tudo tranquilo para mim sair sem ter que estar presa em casa olhando para o teto e tendo minha vida monótona de sempre.

Voltei para o meu quarto e tomei um banho rápido, coloquei uma roupa fresca e uma bota pequena. Hoje a noite não estava fria, o clima de fato estava ótimo do jeito que eu amo.

Sai de casa e fui andando até a casa da nonna pedindo a Deus para não encontrar ninguém indesejável lá. Três pessoas no caso, a dose de ter visto o Paolo e meu avô hoje, já foi mais do que suficiente.
Entrei na casa indo diretamente para o quarto da nonna, mas ela não estava lá e muito menos no ateliê. Ela não poderia ter descido essas escadas enormes sem autorização do médico, ela era muito teimosa e isso era inaceitável.

Desci para o andar de baixo a procura da nonna em todos os lugares, e nada dela. Já estava aflita, a casa estava muito quieta e pelo visto não havia quase ninguém aqui.

Continuei andando até chegar no deck e lá havia uma pequena movimentação, e já imaginava o que fosse.

Vi a nonna conversando com algumas pessoas, e pedi para que uma empregada a chamasse e dissesse que estava no ateliê a sua espera.

Voltei para cima e fiquei esperando-a por incontáveis minutos.

- Meu Deus nonna, como a senhora demorou!

- Imagino que ela esteja ocupada.

Tomo um susto quando vejo Paolo. Não sabia que o doido estava aqui, ou ao menos não o tinha visto ali no meio das pessoas.

- Hum, talvez ela esteja mesmo, até agora não apareceu. Estou de saída se me permite.

- Para onde vai?

- Imagino que não seja da sua conta.

- Tudo que você faz é da minha conta.

- Creio que eu não tenha assinado nenhum contrato ou algo do tipo assim com você, tenho uma vida pessoal da qual eu não deva compartilhar com você.

- Não irá demorar muito para isso acontecer, mio angelo.

- Não duvido. Agora se realmente me permite, tenho que sair!

Paolo sai da minha frente e saio de disparada da casa da nonna, não estava com saco para ver ele hoje mas nada adiantou.

Peguei o carro e sai da Villa o mais rápido que pude, esse lugar e algumas pessoas aqui são um martírio. Nunca convivi com outras pessoas aqui dentro da Villa se não fosse a minha família, nenhuma pessoa aqui se aproximou de mim quando criança, me sentia uma intrusa ou uma pessoa inaceitável aqui no meio desse inferno. Hoje dou graças ao céus por ser do jeito que é, isso aqui é uma verdadeira ninhada de cobras não se pode confiar em ninguém daqui, não pode ser franca ou até mesmo amoroso com alguém aqui. A empatia era algo que não existe no vocabulário dessa máfia, as pessoas são rancorosas e sem coração.

Preferia ter nascido pobre do que ter nascido aqui, mas às vezes possa ser coisa do destino embora eu não acredite muito nisso, há fardos que não conseguimos dar conta de carregar mas entendo que Deus não nos dá fardos dos quais não podemos carregar, então tá tudo bem. Bola pra frente Luma.

Estaciono o carro e vou de encontro a Andréa que provavelmente me esperava no clube, hoje haveria um tipo de rave como as pessoas chamam, nunca participei de uma, sempre fui mais de ficar em casa estudando qualquer coisa para ocupar a mente e não sair. Não que eu não tenha dado umas escapadinhas dos meus seguranças, e sumir por alguns dias em outra cidade ou até mesmo em país dando um pequeno susto em minha mãe, mas soube ao menos viver igual uma pessoa normal fora da Itália.
Foram momentos incríveis que jamais terei assim que me casar com o doido.

Avistei Andréa sentada em uma mesa e me aproximei dela a cumprimentando e se sentando ao seu lado.

Hoje seria um dia que eu deveria esquecer os meus problemas.



























Gente desculpa por não ter postado ontem, estava com uma enorme dor de cabeça e não consegui revisar para postar o capítulo.

Beijinhos 🤭❤️.

A Prometida do Capo (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora