Capítulo 16

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Luma Panazzolo

Os dias passaram voando em contagem regressiva para o casamento, me sentia nervosa por não saber se meu avô havia caminhado em seus propósitos, a nonna não conseguiu saber de nada sobre isso, mas não me sentia calma por ter certeza ou ter minhas incertezas.

Nunca desejei que esse casamento acontecesse logo o mais rápido possível, para toda minha angústia acabar. Mal conseguia dormir e comer, por tantas coisas que se passavam em minha cabeça.

Sentia estrondos de borboletas no estômago enquanto me via em frente o espelho sendo preparada para o casamento. Não tinha nada muito diferente em mim, apenas pouca maquiagem em torno dos olhos para que escondesse os dias que não consegui dormir, olho um pouco marcado com uma sombra cintilante, rímel e batom. Queria ficar o mais natural possível, quis deixar minhas sardas a mostra.
O vestido era muito lindo, não tinha alças e abaixo dele depois da minha barriga o saiote era rendado. Não quis escolher o vestido por não me sentir muito a vontade, deixei a critério de dona Giulia e Donatella, apenas era tiradas as medidas do meu corpo para o vestido. Nada mais. Minha única participação seria entrar com o vestido sendo a noiva perfeita, fazer o juramento e consumar o casamento. Em poucas palavras, uma mera participação pequena e obrigatória.

Daire entrou no quarto e caminhou até mim sem falar nada, apenas me abraçou e ficamos assim por longos minutos. Esse momento era o único que eu sentia que pertencia a mim, o qual eu não queria que acabasse em um piscar de olhos.

- Lulu, está na hora...- disse Daire se embaraçando nas palavras.- ...você sabe, seu namorido te espera.

Eu sabia que Daire tinha dito aquilo para me deixar mais tranquila e soar como um ar engraçado, ela chamava Paolo de meu namorido como se houvesse um relacionamento de namoro entre nós com uma mistura de marido.

Marido, essa palavra soava estranho apesar de saber que ele realmente se tornaria meu marido em alguns minutos. Minha pernas fraquejaram e um nó de desespero se formou em minha garganta.

- Está tudo bem, não é?- Daire perguntou me encarando.

Assenti e a abracei novamente e dei um beijo em sua testa. Caminhei para porta e me virei dizendo:

- Saiba que eu amo muito você Daire, e farei de tudo para ter você e mamma ao meu lado.

Daire correu e senti sua cabeça bater em minha clavícula com o impacto do seu abraço, ela tinha quase a mesma altura que eu. Lágrimas desceram dos meus olhos, não tinha mais como voltar atrás.
Esse momento era como uma despedida. Sentia meu coração apertado por deixar minha irmã nas mãos do meu avô.

- Não se preocupe, o nonno não fará mau algum para mim Lu.- disse Daire com um olhar calmo.

Embora talvez isso fosse verdade, mas eu não conseguia sentir confiança em meu avô. Talvez possa ser as nossas diferenças, pois ele ama muito Daire e ela o tem como um pai, mas ainda assim não conseguia manter a calma e confiar nos propósitos do meu avô ele poderia ser ruim e rude quando quisesse.

- Tudo bem. Mas prometa correr para mim quando precisar, nunca hesite em vir até mim.- disse olhando em seus olhos.

- Lu, eu não sou tão pequena e não sou mais um bebê. Eu sei me cuidar.- disse empinando o nariz me fazendo rir.

- Você é minha menina então, sem mais. Eu te amo muito, agora precisamos ir antes que o doido venha atrás.

Empertiguei os ombros em uma postura mais reta e confiante, Daire saiu para fora antes de mim e fui atrás dela com ela segurando minha mão enquanto caminhava em minha frente.

A Prometida do Capo (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora