Capítulo 48

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Luma Panazzolo

As dores ainda não haviam cessado, se estivesse perto de alguém experiente perguntaria se fosse de fato uma contração, mas não fazia ideia que tipo de dor era essa. Provavelmente uma cólica ou pior. Estou me sentindo irracional e suando frio ao mesmo tempo, sentia minha garganta se fechar pelo pânico que estava sentindo nesse momento. Se meu filho nascesse prematuro, acho que não haveriam chances dele viver. Sinto mais uma pontada e o bebê se mexe mais ainda, não sei se é coisa da minha cabeça mas acho que pude ver um formato de dedos nas outras duas pontadas, uma seguida da outra com a agitação do bebê. Estava extremamente agoniada, nesse momento pensava até como parir essa criança agora mesmo para acabar com essa angústia.

- Se vocês não querem que seus filhos ou suas esposas os vejam sem seus corpo, somente a cabeça, acho melhor me levar a algum hospital agora mesmo! Já adianto que se alguma coisa acontecer comigo ou com meu filho, vocês podem ter certeza que meu marido vai virar essa Itália do avesso, pior do que o mundo invertido. Então, para evitar que algo muito ruim aconteça com vocês ou com suas famílias, acho bom me levar a um hospital descente! - disse rangendo os dentes tentando pressionar a barriga para amenizar a dor, que na real poderia jurar sentir na vagina agora.

Os homens me olham e riem da minha cara. Me irrito e dou um tapa na cabeça do qual estava dirigindo, o fazendo frear o carro de uma vez perdendo o controle em um impulso rapidamente me encolho e protejo minha barriga e tudo escurece.

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Paolo Collalto

Havia se passado horas desde quando todos os soldados saíram para revirar toda Sicília atrás de Luma, provavelmente eles não devem ter levado ela tão longe, pois já escureceu e daqui até uma cidade longe de Sicília, demoraria muito. Eles não seriam burros de ficarem tanto tempo ainda no meu território, mas provavelmente deva estar em um território de alguma gangster.

Ouço uma batida na porta e em seguida a pessoa entra e sigo meus olhos para a figura que agora se encontrava diante de mim. Era um soldado de Etorre.

- Senhor, conseguimos achar o carro que foi usado para levar a senhora Collalto, aparentemente houve um acidente, não sei se foi proposital ou se de fato foi mesmo um acidente, mas não há ninguém no carro. O senhor Etorre foi com mais soldados até o local e irão vasculhar toda a área desde hospitais, casas, ranchos ou chácaras, o que houver lá que seja habitável.

- Me dê o endereço e avise a Etorre que estou indo imediatamente para lá. Preciso que peça para Donatella avisar ao meu pai para mandar homens armados, e se possível um médico também.

Saio rapidamente da sala onde me encontrava.

Depois de duas malditas horas cortando caninho e ultrapassando sinais vermelhos, chego onde estava o carro que havia batido. Certamente alguém havia se machucado bem feio, e esperava que fosse os filhos da puta que a pegaram.

Etorre caminha em minha direção e fica parado ao meu lado olhando todo o redor calado.

- Agradeço pelo que tenha feito, mas a partir daqui pode deixar que eu assumo, sua família precisa de você agora.

- Pode ter certeza que não, sua irmã anda uma fera dentro de casa e disse que enquanto não o ajudasse achar Luma, não era para mim dar as caras por lá. E se já estamos aqui, podemos fazer isso juntos como na última vez que invadimos a capela. Não iremos embora enquanto não achá-la.

Assinto andando novamente para onde estava meu carro e entro dando partida observando cada movimentação na estrada, ou qualquer coisa que fosse suspeita. Se estão machucados certeza que não foram longe. Se algum reforço chegou deve ter sido um pouco antes de Ettore e seus soldados chegarem.
Respiro fundo tentando manter minha paciência e ser o mais racional possível nesse momento enquanto Luma está a mercê de um desgraçado qualquer.
Me distraio por alguns minutos olhando a estrada e ouço um som de fundo e percebo meu celular tocando, olho a tela e vejo o nome do meu pai. Paro o carro enquanto atendo a ligação.

- Volte o mais rápido possível para a cidade, alguns de nossos galpão estão sendo invadidos e precisamos de você aqui, Etorre assume a busca de Luma por você.- disse com a respiração acelerada e ouço barulhos de tiros no fundo.

- Mas que porra! Vou demorar para chegar aí, tente causar o menos de danos possíveis e se sobrar homens vivos os prendam.

Encerro a chamada e fecho os olhos. Como um projetor, minha mente projeta a imagem graciosa de Luma com seus olhos grandes e verdes completamente brilhoso, me fazendo anseiar para achá-la o quanto antes. Sinto meu peito ser esmagado milhões de vezes em apenas um segundo só de pensar em Luma e meu filho, e pelo que eles estão passando longe de mim.

Respiro fundo mais uma vez e ligo para Ettore avisando o que havia acontecido. Não demorarei muito na cidade, tentaria resolver toda a bagunça o mais rápido possível.






















































O capítulo não foi muito grande e nem tanto impactante, mas não consigo ficar tranquila enquanto não postar.

Agradeço muitíssimo cada comentário no capítulo anterior, vocês são incríveis, carinhosos e compreensivos, e isso é o que mais me motiva ❤.

A Prometida do Capo (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora