Capítulo 35

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Luma Panazzolo

Faltava quase uma hora para as onze. Pego meus documentos e alguns exames que havia feito no hospital, e os coloco em uma bolsa.

Quando volto para o andar de baixo estava a mãe de Paolo. Já até imagino o motivo dela ter vindo.

- Bom dia, Giulia. Tudo bem? Não esperava você aqui.

- Vir ver como se sente e se está tomando cuidado com o bebê. Precisa de ajuda meu bem?

- Na verdade não, está tudo bem com o bebê, eu acho. Estou tomando todas as vitaminas, tenho uma consulta daqui a pouco. A senhora gostaria de ir?

- Por que? Meu filho não vai?

- Não sei, mas não faz diferença ir sozinha.

- Ele se desculpou com você? Eu não criei meu filho dessa maneira Luma, até entendo seu lado explosivo, mas nunca aceitei ele encostar em uma mulher ou tratar de uma forma abusiva do jeito que ele fez com você, é meu filho mas às vezes parece filho de uma puta. Me perdoe.- disse sorrindo com uma expressão cansada.

- Não precisa se desculpar por ele, ele tem o tempo dele e se for me pedir desculpas quero que seja natural e sincero, não vou forçar nada com ele e nem ele comigo. Ele está razoável comigo, está atencioso até. Casamentos são assim na máfia dona Giulia, já deveria estar acostumada por ter crescido nesse mundo. Não precisa brigar com seu filho por minha causa, nem você o seu marido e Donatella.

- Meu filho casou com a pessoa certa, só ele não percebeu ainda. Vamos então?

- Não precisa Mamma, eu irei com Luma na consulta.- disse Paolo caminhando até nós arrumando seu relógio no pulso.

Por um momento suspirei aliviada, a mãe dele iria fazer milhares de perguntas e não saberia como responder.

Entro no carro e Paolo segue para o hospital.

***

A consulta foi de rotina, eu teria que engordar três quilos para ajudar o bebê a ganhar peso. Como se não bastasse o tanto de remédios e vitaminas que estava tomando, o médico receitou mais vitaminas pra mim tomar. Olha, se eu soubesse que ser grávida é assim, talvez teria dopado Paolo e evitar que acontecesse qualquer tipo de relação entre a gente.

Hoje era o dia do campeonato de tênis o qual eu e Andréa participaria, não sabia se ela tinha arrumado uma outra parceira, sempre foi eu e ela em todos os campeonatos no clube, mas dessa vez seria impossível.
Se Paolo queria que eu cedesse a ele, ele teria que ceder a mim primeiro!

- Podemos ir ao clube? Hoje é o campeonato de tênis que eu iria participar com a minha amiga, mas não poderei. Queria ver ela jogar.- Paolo assente com a cabeça mudando a rota de casa para o clube.

Quando eu quero, eu consigo!

Assim que chegamos no clube, passo meu cartão e espero Paolo conseguir entrar, o que de fato não demora muito por ser um Collalto.

- Vou ir até o vestiário feminino e logo após estarei na quadra.

Me viro e ando com passos largos a procura de Andrea.

Dobro uma esquina e entro no vestiário onde estava a mesma.

- Estava quase ligando para a polícia internacional para saber o seu paradeiro. Aqui estão os adesivos.-disse me entregando cinco caixas.

- Tem muito.

- Nem tanto, pelo que eu vi vem três em cada caixinha. Foi difícil conseguir isso, tive que passar em um ginecologista e conseguir essa receita. Você precisa trocar o adesivo toda semana, por três semanas e depois ficar sem ele por uma semana. Tem o modo de uso na bula.

- Eu não vou mais precisar dos adesivos. Por um tempo, mas agora não tem mais utilidade.

- Aí meu Deus, Luma Collalto. Não vai me dizer que está grávida?

- Aí que a história piora. Vence o campeonato pela gente, depois conversamos.- disse a abraçando.

Volto para a quadra onde estava Paolo com seu óculos de sol, acho que deve ser por isso que a área dos olhos dele parece um palmito.
Me sento ao seu lado a espera do campeonato começar e as duplas serem anunciadas. O campeonato no clube era mais rotineiro, como se fosse uma diversão, mas se Andrea está ali podia ter certeza que não era diversão, mas uma competição.
O jogo começa e as pessoas na arquibancada vão a loucura.

Andrea jogando desse jeito me lembra o episódio da Masha e o Urso, em que ela joga tênis com o outro urso preto, só faltava ela gritar porque na altura, na jogada e no jeito que pulava, estava idêntica a Masha.

O primeiro tempo acaba e da início ao outro, se pudesse estaria pulando torcendo de felicidade por termos vencido o primeiro tempo.

***

O jogo havia terminado, parecia uma eternidade pois as duas duplas estavam muito competitivas.

- Então, o que achou?- perguntou Andrea parada a minha frente.

- Jogou muito mal, acho que preciso ser sua treinadora para o próximo campeonato.- disse rindo da sua expressão de ofendida. - Estava parecendo a Masha jogando tênis.

- E você a Ana da Frozen com essa trança.

- Esse aqui é o meu marido, Paolo, essa é a Andréa, minha amiga.

Andrea iria falar alguma coisa e arregalei os olhos fazendo um sinal para calar a boca dela. Paolo é um fudido, porém hoje estava de bom humor, se Andrea estragasse eu a mataria.


- Estamos de saída, Luma precisa descansar. Foi o prazer conhecê-la.- disse Paolo a Andrea.

Ela apenas acenou com a cabeça e fomos embora.

Chegamos em casa e tudo voltou a ser como antes, Paolo em um cômodo da casa e eu em qualquer outro. Minha vida, essa casa estava muito monótona me causando frustração.

Me jogo no sofá olhando fixamente para uma bola de cristal que havia perto da televisão.
Talvez devesse parar de tentar afastar Paolo e conversar com ele, a tensão entre nós dois era muito evidente e era um problema que eu queria resolver mesmo sendo muito orgulhosa.
Afago meu rosto em uma almofada contando os numerais e meditando, para poder ter coragem de ir falar com Paolo.



















































Acho que tá chegando um hot por aí...

A Prometida do Capo (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora