Capítulo 13

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Luma Panazzolo

Nunca havia me sentindo tão energética como estava me sentindo essa madrugada aqui, apesar de ter ficado uns dias presa aqui ainda era meio estranho e assustador.

O momento não podia piorar quando uma forte chuva caiu durante a madrugada, acompanhada de relâmpagos e trovões. Isso sim é demais para mim.
Já tenho ofidiofobia, agora vou ter uma astrofobia se esses relâmpagos não forem embora com a chuva.

Um os motivos para mim amar o calor dos inferno é justamente por causa disso, o frio sempre atrai a chuva, é assim que eu penso na minha mente. Não sei na mente de outras pessoas.

Fiquei acordada até perceber que a chuva havia diminuído e apenas variava entre garoa forte e fraca, me senti até mais tranquila quando os trovões pararam. Olhei peguei o celular para ver as horas, e já era exatamente três da madrugada. Agora sim tenho um enorme motivo para dormir antes das três e quinze. A chuva começou a ficar mais forte e novamente os trovões voltaram.
Nem fodendo que eu iria ficar acordada até às três e quinze da manhã com a luz apagada, sou medrosa demais com as paranóias das coisas sobrenaturais, sou muito nova para que levem minha alma cedo com quase vinte e três anos de vida.
Cobri minha cabeça e forcei meus olhos a ficarem fechados, até que um certo momento fui ficando sonolenta e fui adormecendo aos poucos com o barulho da chuva que ficou razoável.

~

Pela manhã acordei e o tempo estava nublado, com uma cara de que ainda iria chover mais ainda do que havia chovido durante a noite. Mas pelo menos hoje era sábado, acho que nada me puxava para ter que ir na rua fazer algo. Desde o dia do brunch que não falo com Andréa, espero que ela não me chame mais para uma coisa de louco dessa, nunca vi um brunch chato daqueles. As pessoas pareciam um gambá que não sabia da existência do desodorante. Até o da minha família era melhor.

Me levantei da cama e fui até minha bolsa pegando uma calça de moletom, um casaco e uma echarpe, coloquei em uma cadeira e arrumei a cama logo em seguida fui tomar banho. Ainda era cedo, creio que não passa de oito horas e alguns minutos.

Depois de ter tomado banho e estar confortável com a roupa, desci para o andar de baixo a procura de alguém aqui pela casa que não fosse tão específico assim, até por que não conhecia absolutamente ninguém daqui.

- O que faz acordada a essa hora?- coloquei a mão na boca evitando o grito pelo susto que levei ao ver Paolo.

Paolo estava com uma roupa social e com alguns botões da camisa abertos. Percebi isso a alguns dias, ele sempre deixa alguns botões aberto deixando a mostra uma parte de sua tatuagem abaixo do ombro direito, pelo que eu vi eram em números romanos, mas isso não vem ao caso.
Saindo do meu transe de percepção, respondi Paolo imediatamente antes que ele surte e aconteça a mesma coisa que aconteceu na semana passada.

- Às vezes acordo cedo, ainda mais se for aos finais de semana. Para que terei que ficar aqui hoje?- disse a Paolo.

- Iremos resolver alguns assuntos com a cupola, depois iremos voltar aqui e você terá tempo para analisar o acordo da cúpula, em seguida o nosso acordo pré-nupcial.

- Tudo bem. Sairemos que horas?

- Em pouco tempo, primeiro faça seu desejum e sairemos logo após daqui.

Até que para uma pessoa esnobe, o doido estava no limite da educação hoje, isso de fato foi um tanto surpreendente. Acho que ele deve ter sido abduzido por algum ET enquanto dormia, e colocaram um sósio mansinho em seu lugar, estava sendo educado demais para alguém que deixa um monstro se habitar no ser e fazer as coisas mais perversas.

Tomei um pouco de chá e comi algumas frutas, de manhã não sinto muita fome e quase nem tomo café.

Peguei meu celular e saí da villa com Paolo. Eu tinha medo do que fosse acontecer com a cúpula, o clã não é algo que eu deva me preocupar por ter membros da família Collalto e Panazzolo. Isso era até um pouco aliviador para mim.

A cúpula é apenas uma junção da máfia, bem dizer está acima da máfia. Mas se Paolo e seu pai quiser cortar os laços poderá haver um grande conflito entre eles.
Mas também ter essa junção da cúpula com a máfia traz prosperidades para ambas as partes, há pessoas do governo, e até mesmo mulheres do mais alto escalão que beneficia a máfia, assim como a máfia também os beneficiam. As coisas que sei ou que já ouvi falar da cúpula são poucas, mas também é que nem sempre devemos fazer acordos com eles por tamanha esperteza que eles tem e o que pode tirar de algumas pessoas.

Isso me preocupava, o acordo que teria que selar com eles se tratava do meu destino, eles poderiam me dar o documento para assinar de um jeito, e o que ficasse comigo estar de outro. Sei disso por que já vi algo parecido em uma série. Espero que tenha algumas coisas ao meu favor, eles não poderão brincar comigo e nem duvidar da minha perspicácia e inteligência.

Apesar de Paolo não ter me dito eu sei que terei o clã inteiro sob meu domínio, assim que me tornasse uma Collalto e poderia muito bem fazer parte do clã se quisesse. Paolo não poderia por ser o capo, mas eu como esposa do capo teria uma grande e importância posição aqui, e poderia muito bem acabar com quem quisesse me destruir.

Meu pai sempre me disse: ou você acaba com os seus inimigos primeiro, ou eles pisoteia você.
Aprendi algumas coisas de como me virar na máfia justamente por sua causa, ele sabia do meu destino por causa da maldita cúpula e sempre quis derruba-los de algum jeito, mas não sabia como. Pouco tempo depois ele morreu. E até agora não fazia ideia de qual seja o propósito da cúpula comigo, e isso de fato me deixava um tanto intrigada.

A Prometida do Capo (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora