Capítulo 53

4.1K 238 49
                                    

Paolo Collalto

Os estrondos de tiros tomavam conta do ambiente onde nos encontrávamos em guerra e sangue, parecia um campo de batalha. Algo que eu já estava acostumado a vivenciar. Mas isso com certeza era demais para Luma e meu filho.

A propriedade parecia um pouco pequena, mas com a procura e o desespero por Luma me faz achar esse inferno uma imensidão sem fim.
Os tiros ainda rolavam por todo os lados, Ettore não havia dado sinal ou aviso sobre ter achado Luma, nem mesmo algum maldito envolvido em seu sequestro.
Vou andando sem ter em mente em qual lugar devo ir, e chego em um celeiro. Havia dois homens abatidos. Devido algumas palhas espalhadas pelo lugar, haviam rastros em direção a porta oposta do celeiro pela qual eu entrei. Continuo andando até a porta e o rastro acabava do lado de fora onde só tinha mato. Inferno! Como posso saber onde devo ir.

O barulho começa a diminuir até que um silêncio absoluto paira no ar. Mas que porra está acontecendo agora. Pego meu walkie talkie tentando me comunicar com alguém e saber o que havia acontecido.

— O que houve? Acharam minha esposa?— Um momento de silêncio foi o suficiente para me deixar transtornado. — Que merda vocês está fazendo que não me respondem? Estão surdos? Cazzo!

Meu celular vibra com uma notificação e rapidamente o pego olhando a tela, e havia uma mensagem de Ettore. Imediatamente ligo para o mesmo.

— Não a achamos Paolo, alguma merda aconteceu nesse lugar.— diz com a respiração ofegante. — Eles devem terem fugido novamente, já coloquei um pessoal atrás para rastrear ela ou quem quer que estivesse nessa propriedade. Achamos um caseiro também, já estamos cuidando dele.

— Inferno!— grito frustrado por mais uma vez ter falhado. — Mais uma vez fracacei e quebrei meu juramento em protegê-la, em cuidar deles da maneira certa, em mantê-los seguros.

Encerro a chamada e caminho de volta até o carro e saio do local cantando pneu, sem estar certo para onde estou indo.

Depois de tanto dirigir, voltei para Sicília ainda desnorteado e sem ter em mente o que fazer. Preciso que Luigi agilize o processo de rastreamento do chip o mais rápido possível ou eu vou ficar louco. A essa altura Luma ou meu filho podem estar com a vida comprometida e eu não fui útil o suficiente para encontrá-los.

Entro em casa e as lembranças de Luma invadem minha cabeça. Cada cômodo a cada passo que eu dou, me vem a imagem de Luma como se estivesse me guiando, seu cheiro inebriante parecia estar presente em toda parte me deixando embriagado.
Subo as escadas e entro no quarto, mas não o nosso, outro. Tomo um banho e deito na cama. Talvez, meia hora de descanso físico poderia fazer meu corpo agir melhor mais tarde.

_________________________

Desperto com um zumbido em meu ouvido com a sensação de como se eu estivesse ficando surdo, talvez por conta dos tiros intensos que vim enfrentando nos últimos dias, eles pareciam não haver fim.
Pego uma roupa qualquer a jogando na cama. Após colocar o colete, visto a camisa e prendo o coldre no meu peito e saio de casa o mais rápido possível indo até Luigi.

Ao sair de dentro do veículo aperto a campainha e a porta rapidamente é aberta, sem esperar ser anunciado eu entro na casa dos avós de Luma. Daire e seu avô estavam na sala, ainda com as mesmas roupas desde o último dia que os vi, um fato que eu não lembro quanto tempo faz por estar perturbado com esse maldito sequestro.

— Não devo perguntar se você está bem ou não, é nítido que ninguém aqui se encontra bem.— Fala Daire com uma expressão bem cansada e com olheiras se tornando cada vez mais profundas. — Achamos um sinal de Luma, a julgar a área por haver alguns ranchos ou algo parecido com casas de campo e chácaras, parece ser rural... não sou boa em geografia, tiro eu mesma as minhas conclusões. Enfim, infelizmente o sinal foi perdido mas estava com uma movimentação muito rápida. Nós ainda estamos ten...

— Achei!— diz Luigi interrompendo a garota.— Seu sinal está se movimentando em direção ao Monte Cammarata.

Nem esperei o mesmo terminar de falar e imediatamente liguei para Ettore.

— Preciso de homens vasculhando cada área do Monte Cammarata, chego lá o mais rápido possível.— nem o esperei responder e desliguei.

— Continuem acompanhando o sinal, se houver alguma coisa de errado me avisem. Não confiem em ninguém além do meu pai enquanto eu estiver fora, todas as informações devem ser confidenciais!

A localização é enviada para o meu celular em tempo real e saio o mais rápido possível da Villa, agora não posso perder tempo, esse pode ser o único fio de esperança que tenho para encontrar Luma.
Compartilho a localização com Ettore e peço que não entrem em ação até eu chegar no lugar, o que levaria algum tempo por ser um lugar bem afastado de Sicília.

Já na estrada que estava aparentemente vazia, piso fundo no acelerador e canto pneu sem me importar com os radares e no quanto de multa irei pagar. Espero que a droga desse sinal funcione muito bem para que eu consiga encontrá-la.


















































E por que será que Ettore não contou a Paolo que encontrou Luma? 👀

(Olhem o comentário).

A Prometida do Capo (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora