𝖠𝗉𝗈𝖼𝖺𝗅𝗂𝗉𝗌𝖾 // Levi Ackerman x Leitora.

25

    Os cavalos todos a postos, na frente do portão, o vento assobiava te dando um arrepio por todo o corpo toda vez que ele passava pelo seu rosto.

Durante todos os meses quais passou na comunidade e em todas as explorações acabaram por achar mais cavalos, tirando os que cresceram durante todos os meses que você passou.

Agora tinham 24 pessoas na formação, o dobro.

A formação era a mesma de sempre, desta vez não iriam se separar, andaram por volta de duas horas seguidas, mas o peculiar é que desta vez o Erwin havia ido junto.

Quando começaram a não reconhecer mais o lugar, hange parou o cavalo, sacando o mapa do bolso anotando a rua que estavam, a velocidade dos cavalos já estavam reduzidas.

Levi parecia totalmente calmo, assim como sempre, todos em completa sintonia.

Os passos dos cavalos estavam lentos, todo mundo estava atento a cada mínimo barulho que não fosse feito pelo próprio grupo.

Por algum motivo a angústia consumia seu peito, como se a qualquer momento algo ruim fosse acontecer, o seu coração batia rápido, mas logo seu acalmou ao sentir a mão gelada de Levi encostar na sua.

—Tá tudo bem? —Ele proferiu

Você sorriu, sentindo uma o alívio tomar conta do seu corpo —Ta sim.. — mas o alívio não durou um minuto ao ouvir as armas serem carregadas rapidamente e um grito proferido de Sasha.

Connie, Jean e Sasha apontavam para Duas crianças, um garoto loiro e uma castanha, ambos aparentava ter uns 12 anos no máximo.

—Amarrem eles! —Erwin proferiu.

Passado 15 minutos tentando fazer com que aquelas crianças digam algo útil, para saber se alguém estava junto com elas, claramente crianças daquela idade não sobreviveriam em um apocalipse, mas Erwin obviamente não iria tortura-las para tirar algum tipo de informação, só tamparam a boca das crianças colocando-as em uma caçamba que era puxada por dois cavalos, um homem ficou supervisionando

Nessa altura do campeonato tava todo mundo o mais atento possível, olhando para todos os lados, na esperança de que realmente aquelas crianças estivessem sozinhas.

O seu coração parou no exato momento que ouviram o barulho de um caminhão ligar, ele passou pelo meio dos cavalos, felizmente deu tempo o suficiente para todos se afastarem.

Dentro do caminhão que estava aberto, tinha um grupo de pessoas, um cara com uma metralhadora, mas ele não disparou, na verdade ele colocou-a para baixo no exato momento que enxergou você.

Tanto vocês como eles estavam apontando armas um para os outros, eles eram em menos quantidade então vocês provavelmente sairiam vitoriosos a não ser um o outro que seria atingido por algum tiro

Seu coração parou, não conseguia escutar nada em volta quando reparou que o homem, alto, loiro e barbudo de óculos era seu pai, quem você com certeza mais odiava, não hesitou em apontar uma arma fixa na cabeça dele

—Vai atirar no seu pai, {nome} ? —Proferiu

—Não se mexam! —Levi disse alto, então todos não se mexeram, logo olhando de soslaio para você um tanto confuso, ele sabia de seu pai e oque tinha acontecido.

—Calma... estamos em paz. —Disse sarcástico —Eu só quero aquela dali. —Apontou pra você.

Você estava na primeira fileira, então dava para enxergar ele perfeitamente —Você não tem a porra do direito.

—Eu sou seu pai, é sua o obrigação ficar do meu lado.

—Você também teria que ter essa obrigação, mas me largou para morrer, não entendi sua lógica — disse, você segurava as lágrimas, depois de tanto tempo, o seu pai, queria tirar tudo de você não conseguia aceitar esse fato, queria que todos que estavam ali atirassem para que ninguém deles sobrassem, mas Erwin era bom demais pra isso.

Erwin estava fora do cavalo, se posicionou um pouco mais à frente, em um voto de paz, mas ainda sim mantinha a arma em sua mão.

—Não queremos de jeito algum brigas.

—Acho que deveríamos nos apresentar... —Seu pai oferece um sorriso nada amigável —Eu sou Zeke, este são meus subordinados e vocês quem são?

—Eu sou Erwin, comando uma comunidade, esses são cidadãos  dela.

—Tem uma que me pertence, eu quero ela. — respondeu, sem intenção alguma de negociar.

—Ora nós podemos.. —Erwin foi interrompido

—Não. Você não entendeu, eu quero a minha filha, e então eu jamais vou perturbar vocês.

Erwin te olhou receoso

—Só ela, e minha gangue jamais irá ser inconveniente com vocês.

Você recarregou a sua arma, pronta para dar um tiro no seu pai, tinha saído do seu cavalo em questão de segundos.

Todo mundo observava em completo silêncio, com armas apontada, você se sentiu culpada por estar colocando a vida de todos que gostava em risco por conta disso.

Se sentia egoista por não poder protegê-los do mostro que seu pai era, não poderia simplesmente atirar nele e matá-lo, provavelmente atirariam de volta

Você estava disposta a morrer para salvar seus amigos, mas não estava disposta a arriscar a vida deles.

—Não foram esses os modos que eu dei a você filha, não vai atirar em mim vai?

—Nossa eu faria isso com tanto prazer. —respondeu com desdém.

—{nome}...— ouviu a voz de Levi atrás de você, como se ele estivesse a ponto de desabar, ele tinha uma arma em punho, apontando para eles. —Volte.

Seu pai riu —Ah, então é ele... — olhou para Levi depois para você —Se vier comigo, pode ter certeza que eu não irei atrás do seu amado.

Aquelas palavras te deram uma pontada como se todo o seu corpo estivesse estagnado, nenhum som saiu da sua boca, nem ao menos um suspiro, então você conseguiu ouvir Levi chamar seu nome pela última vez, antes de sentir uma coronhada da na sua cabeça, você zonzou.

Levi se debatia nos braços de Erwin e Hange que o seguravam, ele dizia repetidas vezes para o soltarem e chamava pelo seu nome, várias e várias vezes.

—Levi... —Erwin proferiu baixo —Se acalme..

—Não não não não não.. — o moreno disse repetidas vezes, ao ver você ser jogada já inconsciente para dentro do caminhão, que foi fechado rapidamente e deu partida.

Sem ao menos um adeus, você se foi.

Sabe quando o coração bate tão forte e rápido que você não consegue sequer ouvir ao redor? Era isso que Levi sentia no exato momento em que ele deixou você ir embora.

Quebrou-se em pedaços, os cacos mal dariam para ter remendados, de tantas e tantas vezes que ele mesmo já se remendou.

Não era como se Erwin houvesse entregado você de mãos beijadas para os outros, claramente ele pensava em como buscar você de volta e até mesmo ter uma aliança depois com os Marleyanos o problema é ele não poderia começar uma guerra ali e por a vida de todos em risco, ele não poderia fazer com que aquela gangue começasse a os caçar e chagassem na comunidade. No final iria dar algo ruim.

Por mais que Erwin soubesse que machucaria o amigo, ele não poderia arrumar uma guerra, ele entregaria o próprio coração por você, mas ele não pode colocar a comunidade no meio disso.