Connie, o cão, Daryl e eu seguimos a trilha de Henry que saia em direção à direita de Hilltop. Connie ia com sua bolsa de lado, o cão correndo na frente, Daryl tinha duas facas e sua besta, e eu meu facão e outra faca. Éramos um grupo pequeno para uma busca em uma área tão grande mas estávamos indo bem.
Enquanto Daryl andava um pouco mais a frente, tirei o momento para olhar melhor para seu colete. Possuía um desenho de asas, mas apenas uma ainda estava com a cor branca. Do lado direito, havia apenas o contorno de onde um dia deveria estar a outra asa. Asas de anjo ? Ao mesmo tempo que Daryl não tinha nada de angelical a ideia combinava com ele de uma forma quase poética. Sorri com a ideia de ver aquele colete novinho de novo. Será que eu conseguia ajeitar a outra asa ?
Ainda pensava um pouco sobre isso quando paramos depois de umas 2 horas para recuperar o fôlego e comer. Me sinto mais cansada que o normal mas não falo para nenhum dos dois para evitar preocupações. Como uma maçã pequena mesmo que sem vontade.
O dia já amanhecia quando achamos o bastão de Henry que estava dentro de uma vala.
- Teve luta. - digo para Daryl olhando o padrão de folhas no chão. Ele concorda com a cabeça enquanto pega o bastão de Henry.
Dois walkers aparecem e Connie e Daryl dão conta rapidamente, de longe, com o baladeira e besta, respectivamente. Por isso que eu precisava aprender melhor a atirar com o arco, penso. Precisava saber me cuidar de longe agora que não tinha mais armas de fogo tão disponíveis assim. Ia pedir aulas para Daryl assim que voltássemos para Hilltop.
Daryl fala:
-Olhem isso. - e aponta pro cachorro indo pegar a flecha dele no corpo do morto. - Bom garoto!
O cachorro entrega a flecha para Daryl e a quebra, e assim a animação momentânea de Daryl é destruída. Não me controlo e solto uma risada.
- Cachorro mal. - diz ele e fica me encarando enquanto rio. Connie balança a cabeça enquanto sorri nos observando.
- Vejo rastros por ali. Vamos. - digo olhando para Connie da forma que ela pediu mais cedo, para ela fazer leitura labial. Nota mental: preciso aprender linguagem de sinais para falar com ela.
Ao decorrer da manhã estava me sentindo um pouco enjoada como sempre, mas tomei o último gole do chá que Enid fez e acabei não vomitando. Quando será que os enjoos matinais iam passar? Que coisa horrível.
Ah, e eu precisava contar para Daryl. Não sei porque sentia que era tão importante eu falar, mas era.
Quase no meio do dia, depois de muita caminhada e pouca conversa, avistamos uma horda próxima de uma floresta. Essa horda, como a da noite da morte de Jesus, andava em círculos mas era um pouco maior. Estávamos perto.
Ficamos observando por mais algumas horas, e já era quase noite quando colocamos o plano em prática. Após avistarmos o acampamento da careca maluca mãe da Lydia com o binóculo de Connie, Daryl decidiu que iria soltar uma das bombinhas barulhentas o mais perto possível do acampamento.
Com muito cuidado e silêncio, nos localizamos ao lado acampamento. Avistei umas cordas com vários tecidos estranhos pendurados próximos de nós. Observando melhor, percebi o que eram: peles. Rostos de walkers.
Ignorando a vontade de sair correndo, aponto para o bloquinho de notas da Connie e escrevo: Vamos fingir ser um deles.
Daryl e Connie fazem uma careta de repugnância mas concordam, e consigo pegar três das máscaras sem ninguém ver.
O cheiro era insuportável. Era o mesmo cheiro dos mortos. Queria tirar imediatamente mas precisava fazer aquilo por Henry. Na verdade, por Daryl.
Depois de estarmos como um deles na medida do possível, o plano começa: Daryl solta a bombinha barulhenta, a horda vem em direção ao acampamento e começa a acontecer uma gritaria e confusão que chama mais ainda a atenção dos walkers. Connie, Daryl e eu entramos mais no acampamento dos malucos, que estava um caos, a procura de Henry. Avisto o garoto perto de Lydia e puxo Connie pelas mãos, que faz o mesmo com Daryl para atraí-lo na direção de Henry.
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Minha luz no fim do mundo
FanfictionHá 10 anos, os mortos não morrem de verdade. Há 10 anos, Daryl Dixon enfrenta os próprios sentimentos de dor, perda e luto sem nunca se permitir sentir amor por alguém que não fosse sua família. Além disso, é um homem que não sabe demonstrar seus se...