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Violet

      O silêncio na casa se prolongou pelos últimos três dias de feriado, Peter e eu conversávamos com nossa mãe, mas nunca juntos, e isso me incomodava, demais, mas não era algo que eu estava pronta para apenas recuar e fingir que nunca aconteceu, isso se resolvia quando brigávamos pela página de cruzadinhas no Profeta Diário.

      Até o dia de nossa volta a Hogwarts, não soltamos uma palavra dirigida para o outro, eu não estava mais com raiva, mas também não estava errada, não completamente, então, não importava o quanto aquele silêncio me perturbava, e eu só quisesse dizer algo, me mantive em silencioso.

      Minha mãe nos aparatou para a plataforma 9¾, nos dando um olhar claramente decepcionado antes de partir, aquilo atingiu um ponto em meu peito, mas segui para a locomotiva, com Peter logo atrás. Passei pelas outras cabines com familiaridade, até parar na que sempre usávamos, já vendo os três lá dentro.

— Não acredito, recusaram o lindo suéter que enviei?— perguntei, para Sirius e James, eles reviraram os olhos em sincronia, mas Remus parecia confuso, eu havia lhe enviado um livro de presente.

— Vou guardar para o próximo Natal— Sirius respondeu, se levantando para me ajudar com o malão, ele não havia me enviado um presente, mesmo tendo mandado um para Peter, e eu estava tentando não parecer chateada, ele escolhia se mandava ou não, afinal.

— Minha mãe ficou realmente confusa quando ela os comprou— Peter comentou, roubei o lugar que Sirius estava sentado, na janela, enquanto ele ajudava meu irmão com o próprio malão.

— Acho que não vou querer saber— Remus comentou, ele estava sentado ao lado de Sirius, então o abracei, como cumprimento, ele riu pela forma repentina, esfregando minhas costas.

— Snow, sua coruja flertou comigo— Sirius comentou, me olhando irritado pelo lugar antes de se sentar ao lado de James. Levantei uma sobrancelha, confusa— ela piscou um olho pra mim.

— Ela pisca pra todo mundo— expliquei, o que não era realmente verdade, ela só havia piscado para todos de casa. Sirius colocou a mão no peito, como se tivesse sido traído.

— Pensei que eu fosse o único— ele comentou, dramaticamente, neguei com a cabeça, rindo, ele sorriu com isso.

      Remus contou sobre seu Natal, como a mãe parecia ter melhorado, e isso me fez sentir realmente aliviada, sabia que as desculpas que ele usava no primeiro e começo do segundo ano, sobre Hope estar doente, não eram exatamente mentiras, mas, se ela começava a se curar, talvez Remus parasse de ficar tão assustado quando recebesse uma carta de casa, mesmo que tentasse disfarçar, era evidente.

      Sirius e James também falaram sobre o seu feriado, a mudança de casa realmente fizera uma diferença no primeiro, ele não tinha mais olheiras profundas debaixo dos olhos ao voltar para a escola, nem o rosto parecia magro demais, assustado demais, e todos nós seriamos eternamente agradecidos a Eufemia e Fleamont.

Quando eu e meu irmão falamos sobre como foi na casa dos nosso avós, eles perceberam algo de errado, e, no final da história, os três desviaram o olhar entre nós dois e escolheram não questionar, o que foi uma boa decisão, explicar iria me fazer sentir como uma criança em uma birra.

— Snow— Sirius chamou, depois do almoço, quando a moça dos doces passou na nossa cabine— Cliodna.

— Era uma druida da Irlanda, descobriu as propriedades do orvalho da lua— respondi, ele revirou os olhos, a jogando para mim, a guardei no bolso— preciso ir no banheiro.

      Deixei a cabine, saindo em um corredor vazio, depois do almoço a maioria ficava preguiçosa nos bancos, e só saia para ir ao banheiro, ou comprar um último doce.

A outra Pettigrew Onde histórias criam vida. Descubra agora