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James

O pergaminho entrava e saia de foco, e, quando isso aconteceu pela milésima vez, retirei meus óculos e deitei na cama, coçando meus olhos e tentando focar, indo contra meus pensamentos avoados. Ninguém havia conseguido encontrar o lobisomem misterioso depois dele ter atacado Violet, mas não poderíamos sair da Casa dos Gritos por algumas noites, seria muito perigoso, e se algo como aquilo acontecesse de novo... meu coração ainda acelerava no peito ao pensar na garota ferida, mesmo que agora o ferimento mal passasse de um arranhado.

Voltei a me sentar na cama, pegando a pena e quase manchando o pergaminho de tinta quando a cortina da cama de Sirius foi aberta abruptamente, e ele saiu, tremendo e com os olhos arregalados.

— O que houve?— perguntei, começando a me levantar, mas ele negou com a cabeça, seguindo para o banheiro e fechando a porta, provavelmente ficaria no chuveiro por muito tempo.

— De novo?— Remus perguntou, baixo, também se levantando da cama, concordei com a cabeça, era a segunda noite que ele acordava daquele jeito, e ambos sabíamos o que havia acontecido duas noites antes para despertar seus pesadelos.

— Você jantou ontem?— perguntei, o analisando, normalmente alguns dias antes e depois da lua cheia ele não comia muito, ou se importava com seu bem estar, e a pergunta foi apenas para ele ignorar— então, não. Vamos tomar café.

— Vou ganhar um presente?— ele perguntou, irônico, revirei os olhos, colocando o pergaminho de lado, não era algo da escola.

Acordamos Peter antes de sair, ele pediu para o esperarmos, e mesmo enquanto ele se arrumava, Sirius não saiu do banheiro, o som do chuveiro ligado era o único indício de que estava vivo. Saímos, esperar por ele não ajudaria, e perguntar sobre apenas o faria se fechar em si mesmo, mas, deixar o cômodo ainda me causou um desconforto no peito.

— Violet— Peter chamou, a encontramos na Sala Comunal, sozinha enquanto lia o Profeta Vespertino do dia anterior, ela levantou o olhar com o chamado.

— Onde está Sirius?— perguntou, deixando o jornal na mesinha de centro e se levantando, olhei para Remus, ele deu de ombros.

— Se arrumando— respondeu, olhando ela caminhar na nossa direção atentamente, a procura de alguma careta, sabia que ele se culpava pelo acidente.

— Você está bem?— perguntei, ela revirou os olhos automaticamente com a pergunta, começando a prender o cabelo em um coque, e usando a varinha como prendedor.

— Pela décima vez desde ontem, estou ótima— ela respondeu, Peter colocou as mãos no bolso, envergonhado, ele havia perguntado cinco das dez.

— E vou perguntar mais dez hoje— falei, abraçando seus ombros, ela bufou, mas aceitou o abraço, me apertando um pouco mais firme do que seu sorriso distraído pedia.

— Esta tudo bem?— a voz de Thomas interrompeu o abraço, ele se aproximou, parecendo preocupado ao colocar uma mão na cintura dela, que desviou o rosto para o lado ao tentar disfarçar a careta de dor quando ele colocou a mão em cima do ferimento.

— Por que não estaria?— perguntei, enquanto ela respirava fundo, Thomas desviou o olhar entre nós dois, mas não disse nada.

Seguimos para o café da manhã, e deixei Peter, Violet e Thomas irem na frente quando segurei o braço de Remus para darmos distância entre eles.

— Não foi sua culpa, Moony— falei, sua expressão se fechou, e ele continuou a olhar para a frente, o olhar perdido.

— Como pode não ter sido minha culpa?— ele perguntou, me olhando, mas conseguindo desviar dos alunos no corredor sem dificuldades.

A outra Pettigrew Onde histórias criam vida. Descubra agora