Marlene
— Blue, Blue— parei com o pincel a meio caminho da parede branca, girando no chão para olhar na porta. Henry balançava uma carta na mão.
— Recebeu a carta de Hogwarts!?— exclamei, me levantando e pegando um pano imundo de manchas velhas para limpar os dedos. Meu irmão mais novo fechou a cara.
— Não, me chamaram para Durmstrang, foi um prazer te ter como irmã— ele ironizou, fazendo uma careta dramaticamente triste, lhe dei um tapa no ombro e peguei o envelope.
"Prezado Henry Bernard Mckinnon, temos o prazer de informar que você foi aceito na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts"
Li toda a carta que era uma cópia da que tinha recebido sete anos antes, até parar no final, e fazer uma careta para a assinatura.
— Professora McGonagall?— questionei, continuando com o fingimento de lamentação. Ele pegou a carta rapidamente da minha mão e leu o nome.
— O que tem?— perguntou, apressadamente, dei de ombros.
— Nunca é bom receber a carta dela, geralmente são os mais perseguidos na escola, ouvi dizer que um garoto foi expulso na primeira semana por derramar suco— comentei, voltando ao meu lugar para tentar esconder a risada.
— Está mentindo— ele falou, me olhando com a expressão séria, ergui os braços em rendição no ar.
— Ele era meu colega— comentei, ele olhou para mim, então para a carta.
— MAMÃE— gritou, e saiu correndo pela porta. Coloquei a mão na boca, abafando a risada.
Não se passaram cinco minutos, e ouvi a voz de minha mãe no primeiro andar.
— MARLENE MCKINNON— gargalhei, quase caindo de costas com o impulso, mas conseguindo me colocar no lugar e levantar.
No caminho para a sala de estar, onde eu a tinha visto pela última vez, me perdi na palma da minha mão. A tinta ali já havia secado, e como eu passei o pano diversas vezes para o pincel não escorregar, a cor azul estava arrastada para o lado, com uma verde logo abaixo com o mesmo efeito, e aquilo fez uma ideia de pintura surgir na minha mente, me senti preenchida por aquilo, as férias geralmente traziam minha imaginação de volta.
— Sim?— perguntei, ao chegar no cômodo, fazendo minha melhor expressão inocente.
A senhora estava sentada na poltrona azul real, bem, não senhora, meus pais nem haviam chegado aos quarenta anos, tendo me tido muito jovens, as rugas em seus rostos representavam apenas os anos de preocupação da criação dos filhos.
— O que falou para seu irmão?— ela questionou, levantando uma sobrancelha loira, da mesma cor que o cabelo.
— Só comentei que não é bom receber a carta de McGonagall— expliquei, torcendo para que ela entrasse na brincadeira, porém, foi meu pai quem levantou do sofá preto na beira da janela.
— Carta da McGonagall? Hen, eu não tinha percebido— ele falou, para o filho que o olhou assustado, os olhos castanhos eram da mesma cor que os meus— no meu ano, ela mandou a carta para um amigo meu.
— O que aconteceu?— meu irmão perguntou, apreensivo, sem olhar para trás, para a mãe que negou com a cabeça e escondeu o rosto nas mãos.
— Ele foi transferido para Beauxbatons, ela disse que precisava de mais disciplina— Bernard respondeu, fazendo uma expressão de consideração, mas Henry semicerrou os olhos.
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A outra Pettigrew
FanfictionFamília não define quem você é #1 Marotos- 23/09/21 #1 Lily Evans- 04/08/21 & 12/12/21 #1 Marauders- 05/03/21 & 26/02/22 & 19/03/22 #1 Peter Pettigrew- 12/02/22 & 31/07/22