3.

866 112 51
                                    

Bianca estava na cama procurando algo para ver na televisão. Rafaella havia acabado de separar roupa, apetrechos e entrar no banheiro.

Dois minutos depois a porta se abriu e uma Rafaella furiosa, enrolada em uma toalha, mas ainda seca, saiu do banheiro e parou no batente da porta, o rosto rubro.

– BIANCA!

Como se a carioca não tivesse reparado em uma linda mulher enrolada em uma tolha no próprio quarto.

–Hum? – respondeu reunindo toda a má vontade que conseguia.

–O que... significa... aquela calcinha pendurada no registro do chuveiro? – perguntou Rafaella a beira da histeria, tentando conter a fúria.

Bianca havia se esquecido – ou não – de que ela era maníaca por organização.

–E que significado oculto tem que ter uma calcinha no banheiro? – perguntou Bianca de volta, se divertindo ao vê-la ficar ainda mais vermelha.

–Você entendeu muito bem! – exclamou Rafaella. – Por que aquela calcinha inútil está pendurada lá?

–Porque eu a deixei lá.

Rafaella piscou, o rosto de repente perdendo a cor. Imaginou Bianca enforcada, pisoteada, com dois tiros no crânio, na cadeira elétrica, sendo arrastada na arena romana, amarrada sob um trem a 200 km/h, destroçando-a e a mutilando. 

- Ok, se acalma, Rafa. – Ela disse a si mesma. – E eu sou obrigada a conviver com suas calcinhas?

–Bem, não. Mas você pode ignorar ela e tomar seu banho tranquilamente. Ela não vai te morder.

Rafaella quase rosnou de raiva.

–Eu vou ser educada. Por favor, tire aquela peça infame de roupa do registro do chuveiro antes que eu bote fogo.

Bianca arqueou as sobrancelhas surpresa.

–Que seja – e se levantou.

Passou por Rafaella ao entrar no banheiro – mas ela se esquivou para seus braços não se roçarem -, pegou a peça infame de roupa e fez uma reverência para a mineira entrar no banheiro.

Rafaella pensou ter ouvido uma risadinha antes de bater a porta na cara da mais baixa.

X---X

Quando ela saiu do banho, Bianca já não estava no quarto.

A carioca estava na cozinha, olhando fixamente para algo dentro da geladeira. O roteiro estava sobre a mesa da copa e Rafaella leu o próximo item.

4º – Dividir a mesma taça de sorvete.

–Argh – murmurou indo até a geladeira. – Por que você está a tanto tempo olhando p...

Rafaella estacou, a pergunta sendo imediatamente respondida.

Não era um sorvete normal.

Estava em uma linda taça cor de rosa, parecia ser de flocos, decorado com coberturas em vários tons de rosa, corações de chocolate, morangos, cerejas, amoras, mini quadradinhos de chocolate, chocolate granulado e um lindo guarda-chuva de papel rosa espetado graciosamente.

Como se fosse necessário havia um cartãozinho:

“O Sorvete Do Amor! Mas não se preocupem, não há nenhuma poção do amor nele.

P.S.: Há colheres na terceira gaveta.”

–Uau – disse Bianca tirando o sorvete da geladeira. Havia quatro bolas perfeitamente redondas.

O ExperimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora