29.

859 91 78
                                    

Bianca estava na cozinha, esperando (im)pacientemente Rafaella procurar qualquer coisa na despensa. 

–Rafaella, pelo tempo que você está aí é possível que já tenham varrido toda a areia da praia. 

a mineira saiu da despensa, parando exasperada na soleira da porta. 

–Gizelly se esqueceu! 

–Do quê?

–Como vamos construir um castelo de areia sem baldinhos e pazinhas? 

Bianca se controlou para não rir perante a expressão séria de Rafaella. 

–Rafaella, nós não temos cinco anos de idade. É claro que dá para construir um castelo sem isso. 

–Não, não dá. Não vai ficar reto e perfeitamente geométrico. 

–E quem se importa? – Perguntou Bianca, fazendo um gesto para saírem da cozinha. 

–Eu! – Exclamou Rafaella, deixando as sandálias para trás e afundando os pés na areia morna. 

–Nem tudo pode ser planejado. – observou Bianca. A mineira deu de ombros. 

–Mas eu posso tentar. 

Bianca não conseguiu raciocinar uma resposta tendo a visão ofuscada pelos cabelos de Rafaella no sol quente da manhã. 

–E onde se constrói um castelo de areia? – Perguntou a mineira, parando indecisa a alguns passos do mar. 

–Mais ou menos ali – apontou Bianca. – Onde a areia não está nem encharcada nem seca demais. 

–Humm. Certo então. – e Rafaella foi até o lugar, se sentando na areia. 

Bianca se sentou à frente de Rafaella e a olhou de forma engraçada. 

–E por onde começamos? 

–Humm... – murmurou a mineira, olhando a areia à sua frente como se ela fosse um quebra-cabeça de 3500 peças. 

–Você fica perdida sem os baldinhos? – Provocou Bianca. 

–Fique quieta – ordenou Rafaella. – Está atrapalhando minha concentração. 

Bianca riu. 

–Não perca seu tempo pensando. É só fazer um retângulo forte como base e construir as torres. 

–Sem medir a altura, largura e volume? 

Rafaella parecia realmente assustada, o que fez a carioca sorrir.

–É, sem medir nada. 

–Mas Bianca, pode ficar instável e cair. 

–Rafaella, isso é um castelo de areia, não um grande projeto. Se ele cair, é fácil construir outro. 

A mineira franziu o cenho, parecendo pensativa. 

–Você sabe fazer isso, então, sem um planejamento que garante a execução perfeita? 

–Claro que sei. 

–Não deixe que o seu ego interfira. – alertou Rafaella. 

–Não deixarei. Ando ocupada demais tendo que me esquivar do seu, Senhorita Perfeição. 

Rafaella rolou os olhos. 

–Muito bem então. Por onde começamos? 

–Primeiro, vamos trazer a água para cá. E isso é bem fácil. 

O ExperimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora